Blog da Disciplina Metodologia e Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa II, ministrada pela professora Christiane Santos Guedes Machado, referente ao curso de Licenciatura em Pedagogia do INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR SANTO ANTÔNIO - INESA - Joinville, SC.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
A IMPORTÂNCIA DA PSICOLINGUÍSTICA PARA O ALUNO COM DISLEXIA
A IMPORTÂNCIA
DA PSICOLINGUÍSTICA PARA O ALUNO COM DISLEXIA
Luciana Moreira[1]
Resumo: A
psicolinguística é uma ciência que abrange duas áreas: a psicologia e a
linguística aplicada. A psicologia, isoladamente é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais.
Melhor dizendo, a psicologia estuda o que motiva o comportamento humano – o que
o sustenta, o que o finaliza e seus processos mentais, que passam pela
sensação, emoção, percepção, aprendizagem, inteligência, ou seja, auxilia no processo
reconhecimento e de aceitação do ser humano, ou de um grupo social que, poderia
abranger a família ou a escola. A linguística aplicada, também é uma ciência que
pode ser definida como a ciência que estuda não só a linguagem, mas a linguagem
humana, neste caso, mais especificamente, a língua e suas mais variadas formas
de expressão e de comunicação. Para que seja possível a compreensão da
linguística ser caracterizada como uma ciência, de fato, é preciso tomar como
exemplo o caso da gramática normativa. Uma vez que ela não descreve a língua
como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos
falantes, constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto
de regras, de modo a realizar a combinação desses. Ou seja, em toda língua,
seja ela a língua portuguesa, a inglesa o espanhol ou o mandarim haverá a forma
culta (língua escrita) e a forma coloquial (língua falada) e, em todos os
casos, haverá uma variação linguística bastante diversificada. Há, entretanto,
alguns casos em que o indivíduo pode não conseguir assimilar a aquisição de uma
delas, ou até mesmo de ambas, ou ainda, a não verbalização de uma delas. Neste
caso, a psicolinguística que, nada mais é que a conexão entre a linguagem e a
mente. A psicolinguística então tenta explicar alguns distúrbios presentes em
algumas pessoas, na aquisição da linguagem oral, bem como encontrar possíveis
tratamentos das mesmas. Um dos principais desvios linguísticos da língua
portuguesa é a dislexia, que se caracteriza como uma dificuldade que um
indivíduo apresenta na leitura e na escrita e que pode afetar também a
percepção dos sons da fala. Então, pode-se dizer que uma grande ferramenta para
auxiliar o professor, assim como a família do aluno disléxico, através da
psicolinguística, é o jogo lúdico e a brincadeira. Ora, pois, a criança que
cresce em meio a brincadeiras, terá grande possibilidade de tornar-se uma
criança mais feliz e apta à aprendizagem dos signos e da palavra.
Palavras-chave: Psicolinguística; dislexia; variação
linguística; aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O interesse pelo assunto
da dislexia surgiu a partir da necessidade de escrever um artigo que envolvesse
a psicolinguística. Muitos temas poderiam ser abordados, porém, o desejo de
revelar e investigar a dislexia como objeto de estudo surgiu através da falta
de informação que população possui sobre a mesma. Se nos dias atuais pouco se
sabe sobre essa falha na linguagem, antigamente pouco se falava a respeito. Pois
bem, o objetivo principal deste artigo se dá, então, em conscientizar uma
camada da sociedade, em especial, os da área da educação e tentar alertá-los
para estes distúrbios de aprendizagem. Sim, porque apesar de não se tratar de
uma doença clínica, a dislexia tem tratamento, caso diagnóstico for precoce.
Fato de suma importância, já que pode ser uma das principais causas da evasão
escolar, assim como gerar certa exclusão social.
Logo, este artigo tem como
função abordar a psicolinguística como colaboradora no tratamento do aluno com
deficiência de aprendizagem, especificamente da dislexia.
A dislexia é uma
dificuldade apresentada na leitura e na escrita, mas que também pode afetar a
percepção dos sons da fala. É um distúrbio que, a princípio, manifesta-se na fase
de alfabetização.
Porém, para que se possa
falar da dislexia, propriamente dita, é preciso abordar, primeiramente, o significado
de psicolinguística e qual seu papel na aquisição da linguagem oral falada e
escrita.
O papel da escola é de
fundamental importância para um tratamento eficaz do aluno com dislexia, bem
como estabelecer uma relação de cumplicidade com a família. É necessário que a
criança não se sinta excluída por nenhum das partes envolvidas, ao contrário; a
cumplicidade e a confiança são peças importantes para o sucesso do tratamento.
Apesar de apontar as
causas, os sintomas e alguns possíveis tratamentos para a melhora do aluno com
dificuldade de fala e escrita, usando como ferramenta a psicolinguística; este
artigo não se aterá em desvendar as raízes do distúrbio e, menos ainda, propor
uma cura para tal.
2
O QUE É PSICOLINGUÍSTICA?
Apesar de
a psicolinguística estar diretamente relacionada à aquisição da linguagem oral
falada e escrita, ela é uma ciência que estuda os processos de codificação e
decodificação da linguagem, ou seja, a troca de mensagens e significados que
são trocados entre locutor e interlocutor, ou seja, estuda os processos de
estruturação da língua e suas variáveis.
Embora a psicolinguística,
nos últimos tempos, esteja mais voltada à área da psicologia que da linguística,
não é possível estudar e diagnosticar casos de falha ou deficiência da
linguagem somente com uma ou outra, já que a linguagem não tem somente a função
de comunicação, pois este é um fator existente em qualquer animal irracional. A
linguagem é muito maior, Costa, (2010, p.4) afirma que,
A linguagem é um
sistema de regras, porém um sistema aberto, isso significa que, há maneiras de
dizer coisas antigas de novas formas e que para várias ou se não todas as
palavras, lhe são conferidas vários sentidos. A linguagem é um sistema de dupla
articulação, há uma coarticulação de fonemas segundo leis fonológicas e depois
a articulação de leis sintáticas. Sobre essa segunda característica linguística
[...] temos a fonologia, que é o estudo do conjunto de sons sem significado e
das regras pelas quais combinamos tais sons para formar palavras e sentenças.
Outro elemento dentro da fonologia são os fonemas, que se estabelecem a partir
da diferença entre sons. [...]
A partir das palavras escritas pelo
autor, pode-se perceber que a linguagem abrange muito mais que a comunicação
entre dois seres, ela conecta e informa aquilo que o sujeito locutor quer
dizer, fazendo que o outro sujeito interlocutor interaja da mesma maneira,
recebendo essas informações e processando as ideias fornecidas pelo primeiro.
Bacelar, Ferreira, Garcia e Pastana, (2011) mostram,
através da teoria de Piaget, que é possível utilizar a linguagem como principal
forma de conexão verbal humana. Elas abordam que “A comunicação é processo
evolutivo”. Ora, utilizar a linguagem como instrumento de comunicação, requer
muito mais que a participação de dois sujeitos, a linguagem é uma construção
contínua de símbolos que se trocam seus papeis a cada troca de comunicação ou
interlocução. As autoras garantem que os estudos de Piaget deixam claro que,
[...] o desenvolvimento linguístico depende do
desenvolvimento da inteligência. [...] Para o teórico, o desenvolvimento
cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras e considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras e considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira.
Quando se é fala em linguagem, logo se
associa à língua ou à fala, porém, já é notório que linguagem é uma capacidade
comum a qualquer animal. Quando o assunto é língua e fala, aí se está referindo
a uma capacidade estritamente humana, mas nem por isso, significa afirmar que
ambas possuem o mesmo significado. Saussure (1913)
opõe língua e fala, afirmando que “A língua seria o conjunto abstrato e
socialmente partilhado de signos e de regras combinatórias que permite produzir
os atos de fala, e a fala seria cada produção concreta feita por quem usa a
língua”.
Então, não há como abordar a linguagem
humana, sem buscar apoio na psicologia, pois se sabe que todo indivíduo
racional, por natureza, diferencia-se um do outro. Sendo assim, a participação da
psicolinguística se faz necessária tanto para a aquisição da linguagem, como
para as inter-relações que a criança venha a desenvolver desde muito pequena. E
observar possíveis falhas de linguagem neste período é um fator de suma
importância, já que a falta do diagnóstico precoce pode comprometer essa
capacidade ao longo da vida desta criança.
A psicolinguística está totalmente voltada à psicologia
infantil ou ao adulto que possui falha na linguagem. E a participação do
professor, em unidade com a família e profissionais da área da psicologia,
principalmente nos dias de hoje, vem sendo um fator indispensável nas unidades
escolares. É cada vez mais comum, encontrar alunos que possuem deficiências na
fala e, por isso, desenvolver certas carências na escrita.
A dislexia é um dos casos mais conhecidos e frequentes,
porém ignorado por muitos profissionais pedagógicos e pela família.
3 DISLEXIA
A dislexia é uma
dificuldade que um indivíduo apresenta na leitura e na escrita e que pode
afetar também a percepção dos sons da fala. Como já foram relatadas, nos
últimos anos, cada vez mais as salas de aula estão apresentando casos de
crianças com dificuldade de aprendizagem, sobretudo a dislexia.
Como se sabe, este distúrbio da linguagem oral se manifesta
inicialmente durante a fase de alfabetização.
Segundo Morais (1995 apud Blasi
2006, p. 13) “o fracasso no desempenho da leitura se deve à dificuldade
apresentada na descoberta do fonema, pois, [...] o fonema representa a peça
fundamental para a compreensão da escrita”. Ele ainda diz que a hereditariedade
é uma condição para a aprendizagem e que, segundo o autor, “existem vários
genes envolvidos nesta condição”.
Em concordância com esta afirmativa, Orton, (1937 apud Snowling & Stackhouse 2004, p.
11) utiliza o termo strefossimbolia
como “[...] literalmente, uma distorção de símbolos”, para designar a dislexia.
Orton averiguou e pôde constatar que esse distúrbio estava relacionado às
deficiências de linguagem e que eram comuns a membros de uma mesma família.
Um órgão internacional, a Classificação Internacional de
Doenças (CID) descreve as características e sintomas da dislexia como uma
doença, de fato. Entretanto, o Instituto
Brasileiro de Dislexia (IBD) prefere abordá-la como um transtorno de
aprendizagem.
Sendo assim, Snowling & Stackhouse (2004, p. 12)
mostram que a dislexia pode ser vista através de dois pontos de vista: o da
escola e o da medicina. Na primeira, os autores relatam que o termo dislexia
deve estar atrelado “às crianças que não conseguem ler, apesar de possuírem uma
inteligência adequada, receberem instrução convencional e oportunidades
socioculturais”. Já os profissionais da área médica, correlacionam competências
cognitivas e realização educacional. Ou seja, nem o profissional da educação e
nem o psicólogo pode diagnosticar uma criança, sem conhecimento prévio de suas
aptidões pedagógicas, bem como o histórico familiar.
Ainda na visão de Snowling & Stackhouse (2004, p. 33),
A visão leiga
da dislexia é de uma pessoa criativa que é boa em muitas coisas, exceto na
leitura e na escrita. Entretanto nem todas as crianças disléxicas são assim. As
crianças com as quais estamos lidando neste livro são aquelas que têm ou correm
o risco de ter, dificuldades de leitura, independentes de seus talentos. [...]
Então,
o papel do professor é saber identificar o aluno com essas dificuldades para
saber a quem e como recorrer. Novamente, é preciso ressaltar a importância da
união entre escola e família.
3.1
A SIGNIFICÂNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR PARA A
CRIANÇA DISLÉXICA
No ambiente escolar, a criança é apresentada às letras e
todas as suas diversidades, logo no início do processo educacional. Os símbolos
estão em toda parte.
Para a criança em processo de letramento, é preciso que o
professor saiba apresentar esses símbolos a ela e ressaltar a importância que
eles têm para a aquisição da fala e da escrita.
Já que, falar é um ato inato e comum aos seres humanos, então,
o reconhecimento das letras e a leitura são consequências deste feito. Então,
seguindo este pensamento, Coscarelli (1993, p.163) afirma que,
O ato de ler pode ser subdividido em várias partes que podem ser
trabalhadas e desenvolvidas separadamente na escola. [...] (...) fazer a ponte
entre teoria e prática mostrando como as subpartes da leitura podem ser levadas
para a sala de aula. Se a gente pensar sempre na leitura como um todo sem
subdivisões, dificilmente conseguiremos ajudar os nossos alunos a desenvolver
estratégias de leitura, pois não seremos capazes de identificar onde está o
problema de cada aluno. O que parece faltar, então, para os professores é
detalhar melhor quais seriam as subdivisões da leitura para que seja possível
trabalhar conscientemente cada uma delas.
Partindo deste princípio, ressalta-se a autoridade da
psicolinguística na aquisição da leitura, bem como nas dificuldades por ela apresentadas.
De acordo com A. Henning (2003, p.35 apud
Coscarelli, p. 172) para auxiliar um aluno com dislexia,
o
professor deve considerar cinco princípios
de aprendizagem: o desenvolvimento de métodos de ensino-aprendizagem,
promover uma visão positiva da leitura, minimizar o efeito rotulador do disléxico, usar
de recursos variados de leitura e reforçar as competências fundamentais da
leitura como a letra, o som e o reconhecimento de palavras.
Logo, iniciativas que estimulem
a capacidade mental, bem como visual se tornam fundamentais para que o aluno
com dislexia consiga contornar suas dificuldades, rumo ao sucesso. Tais
estímulos podem variar de acordo com as necessidades do disléxico. Caberá ao
professor identificar tais necessidades e tentar supri-las da maneira mais
positiva e eficaz.
Ideias eficazes para a criança com
dificuldades de aprendizagem, pode vir através do jogo e da brincadeira.
Segundo Amorim, (2008, p. 10),
A criança que brinca desenvolve a sociabilidade, faz
amigos e aprende a conviver, respeitando o direito dos outros e as normas
estabelecidas pelo grupo. Porque brincando prepara-se para o futuro,
experimenta-se o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual
permite. E, principalmente, porque
brincando a criança está nutrindo sua vida interior, descobrindo suas
habilidades e buscando um sentido para a vida.
A autora vai além, ela afirma que “Também para o
disléxico é fundamental o brincar, pois o brinquedo exerce um simbolismo que o
faz refletir e ordenar significados, ampliar vocabulário que é pobre [...] e
expressar-se através de gestos, da escrita e verbalmente”. Claro que quando se
fala em brincadeira, é preciso ressaltar essas precisam ser planejadas e
adaptadas para cada turma. É preciso respeitar os limites, e o da criança com
dislexia, precisa ser ainda mais meticulosamente pensada, pois, como se sabe,
esta criança possui um ritmo mais lento que as demais.
4 A PSICOLINGUÍSTICA COMO FERRAMENTA
FACILITADORA DA DISLEXIA
O enfoque da psicolinguística,
ramo interdisciplinar da Psicologia e da Linguística Aplicada considera a
leitura como uma habilidade complexa, na qual interfere em uma série de
processos linguísticos e de memorização. Acredita-se que o início do processo
da aquisição da leitura é o estímulo visual, sendo assim, o final deve ser a
decodificação dos signos, bem como a compreensão deles.
A dislexia, segundo Dubois
(1993, p.197 apud Martins, 2007), “é
um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na
correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas
vezes, mal identificados”.
Então, no que se refere à
dislexia, pode-se dizer que o portador deste distúrbio discrimina a fonética,
assim como o reconhecimento dos signos gráficos. Ou seja, o aluno disléxico
possui dificuldade de reconhecer os sons das palavras, por isso apresentará,
também uma falha na escrita.
A dislexia, para a Linguística,
então, não é uma doença, mas um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura.
O papel da
psicolinguística, neste caso, deverá se o de auxiliador da escola, junto com a
família para que o caso não se agrave e nem se torne algo permanente, causador
de insucessos e, muitas vezes traumas.
Então,
para que a psicolinguística se faça presente no tratamento da criança
disléxica, Alcântara, (2008, p. 5) considera que,
Os
professores podem identificar esses déficits de leitura com atividades que utilizem
repetição, trocadilhos, pronúncia de palavras polissílabas e de não-palavras, ou
até leitura de palavras isoladas além de palavras em um contexto, analisando os
resultados. Vendo as dificuldades, o professor será capaz de perceber quais
alunos apresentam leitura irregular.
O que Alcântara que dizer quando usa a palavra repetição,
entende-se que exercícios de memorização sejam feitos com todas as crianças.
Somente assim é que o professor poderá identificar a dislexia em seu aluno. A
partir deste momento, escola e família precisam caminhar na mesma direção, que
é aquela que seguirá rumo a sucesso do aluno.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo procurou expor alguns passos que pudessem
facilitar o trabalho do professor e a aprendizagem de alunos em fase de
letramento, especificamente com o aluno disléxico. Foi proposto mostrar que é
possível ajudar este aluno a compreender e assimilar bem a linguagem, bem como
a aquisição das palavras e da leitura das mesmas, desde que haja preparação por
parte do educador e união entre escola, família e profissionais da psicologia.
Preparação esta que deve ser previamente planejada, de
acordo com os documentos que regem as normas da educação brasileira. Todo
professor carece de imaginação e, quando se trata de um aluno com dislexia,
essa imaginação tem que ser ainda mais criativa. Por isso, utilizar de recursos
visuais como um alfabeto de letras garrafais e coloridas pode ajudar nesse
processo. Outro recurso interessante e eficaz se dá através do lúdico, ora, a
brincadeira estimula a criatividade da criança e mexe com seu intelecto. Sendo
assim, a criança aprende sem perceber que está aprendendo.
Ao longo das linhas que se transcorreram, acredita-se que
foi possível compreender que alunos com dificuldades de aprendizagem como a
dislexia precisam de um cuidado especial, todavia, não pode ser tratado como doença.
O disléxico, como foi levantado, não é doente, por isso não pode ser enxergado
como tal. A dislexia é uma falha na compreensão da linguagem oral, mas não
comunicativa.
Além do tratamento adequado e do acompanhamento mútuo
família-escola, pode-se perceber que a dislexia ainda é muito pouco propagada
e, por esse motivo, é reflexo de preconceitos e discriminação por parte da
população, em geral. Talvez esse fator não aconteça intencionalmente, mas por
falta de conhecimento.
Pois bem, se a escola souber articular informações
suficientes, tendo a mídia como aliada, é possível fazer com que as causas da
dislexia sejam melhores recebidas pela família do aluno portador, ou até mesmo
do adulto não diagnosticado quando criança. Afinal, já se sabe que a dislexia
possui raízes hereditárias.
Então, para que se possa fazer o
tratamento adequado na criança disléxica, é preciso reconhecer os sintomas o
mais cedo possível, logo no início da fase escolar. E é muito importante saber
que a dislexia não é permanente, ela apenas, é uma barreira mais extensa na
busca pelo reconhecimento do cidadão na sociedade.
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, Teresinha Rodrigues. Aspectos linguísticos das dificuldades específicas
em leitura. Revista do Departamento de Letras Faculdade de Formação de
Professores. São Gonçalo, v. 8, n. 15, Jan./ Jun, 2008, p. 81-87.
ALIEIRO Jr, Ari Pedro. In: Bentes Anna Christina; Mussalim,
Fernanda. Introdução à linguística:
domínios e fronteiras. Vol. 2. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
AMORIM, Emilla Rafaella. Jogos, brinquedos e brincadeiras no
desenvolvimento da criança disléxica. Disponível em < http://www.crda.com.br/tccdoc/17.pdf
> Acesso em 05 nov. 2014, às 02h 30 min.
Aquisição da Linguagem: considerações
da perspectiva da interação social. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a13v16n2
> Acesso em 10 set. 2014, às 10h14min.
BACELAR, Edilene
Picanço; FERREIRA, Ângela Brito; GARCIA, Leilian dos Santos; PASTANA, Maria do
Socorro Araújo. A teoria piagetiana de
aquisição de linguagem. Disponível em: < http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3367607
>. Acesso em: 02 nov. 2014, às 21h 22min.
COSCARELLI, Carla Viana. A
psicolinguística na sala de aula.
Disponível em: <
www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-psicicilinguistica-na-sala-de-aula/56135922.html
>. Acesso em 17 set. 2014, às 21h30 min.
COSTA, Jessé. Falando sobre psicolinguística: o que é e como funciona. Disponível
em < http://falar-d.blogspot.com.br/2010/10/psicolinguistica-o-que-e-e-como.html
>. Acesso em 02 nov. 2014, às 23h00 min.
DALMÔNICO,
Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia para apresentação de trabalhos
acadêmicos. Joinville: INESA, 2013.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário
escolar da língua portuguesa – Aurélio júnior. 2. ed. Curitiba: Positivo,
2011.
GÓES, Raquel Santos. A música e suas
possibilidades no desenvolvimento da criança e do aprimoramento do código da
linguística. Revista do Centro de Educação à Distância – CEAD/UDESC. Florianópolis, Vol.
2, n. 1, Mai./Jun, 2009, p. 27 –
43.
Psicolinguística em psicopedagogia: uma abordagem conceitual.
Disponível em: <
www.portaleducação.com.br/psicologia/artigos/49763/psicolinguistica-em-psicopedagogia-uma-abordagem-conceitual.
> Acesso em 22 ago. 2014, às 19h50min.
SNOWLING, Maragaret;
STACKHOUSE, Joy. Dislexia, fala e
linguagem: um manual do profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.
[1]
Acadêmica do 4º
semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Ensino
Superior Santo Antônio – INESA.
CONTAÇÃO
DE HISTÓRIA: INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
Tainara
Librelato[1]
Resumo
Neste artigo tem como propósito que o
professor reflita sobre sua prática e seus instrumentos que utiliza em sala de
aula, consequentemente o aprimoramento da linguagem oral dos seus alunos. Além
de ressaltar a importância da contação de história nos anos iniciais, citaremos
também como este professor deve contá-las, a entonação na fala, mostrando aos
alunos o quanto é prazeroso o mundo da contação de histórias.
Palavras-chaves:
Contação
de história, leitura, alfabetização, aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da
linguagem da criança vai de uma estimulação desde o inicio da gestação, é
recomendado para as mães que após alguns meses, ela inicie a interagir com o
bebê, conversando, cantando e contando histórias, esta estimulação deve
perpetuar no decorrer do crescimento da criança. Observou-se que o âmbito
familiar é uma influência importante, pois a criança, convivendo com adultos
que tem gosto pela leitura, também adquirem o mesmo.
Com este prazer pela leitura
a criança desenvolve além de suas habilidades escritas, como aprimora
significativamente sua fala, onde o indivíduo aprende e consegue se expressar
melhor, conversar com os colegas, sua dicção é melhor. Com esta estimulação há
uma série de fatores que devemos ressaltar se analisarmos não há maléficos
nesta ação.
Devemos reforçar que esse
incentivo não deve ficar somente em casa, a escola, como um dos principais
formadores de caráter e de opinião da criança, deve incentivar e demonstrar o
quão é importante. Portanto, fica claro
que essa prática, quando bem trabalhada, contribui de forma significativa e
produtiva para a construção da aprendizagem das crianças dos anos iniciais.
Sabe-se
que quando a criança é estimulada a ouvir histórias, ela encontra facilidade no
desenvolvimento da fala, familiarizando-se com os textos, descobrindo o mundo
da fantasia e da imaginação. Nos dias em que nos encontramos hoje, no qual a
sociedade necessita de mais conhecimento, mas ao mesmo tempo agilidade,
criatividade e coerência na fala, destaca-se aquele que tem mais conhecimento,
e consequentemente é aquele lê.
2 FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1 A RELEVÂNCIA DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DA FALA DO ALUNO
Que a
escola é o principal ambiente de aprendizagem das
crianças, isto já sabemos, mas será que nós educadores sabemos aprimorar e
desenvolver todas as potencialidades dos nossos alunos?
Hoje
quando falamos em séries inicias, nos remetemos a duas disciplinas e assuntos
específicos delas, português e matemática. Em
português a escrita e na matemática suas operações, infelizmente acabamos
deixando de lado assuntos de grande relevância, tais como a resolução de
problemas, que observando, percebemos o grande déficit de interpretação dos
alunos do fundamental II e o primordial, a fala.
Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.38) nos afirmam que:
Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: isso é
algo que a criança aprende muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a
escola não tenha tomado para si a tarefa de ensinar quaisquer usos e formas da
língua oral. Quando o fez, foi de maneira inadequada: tentou corrigir a fala
“errada” dos alunos — por não ser coincidente com a variedade linguística de
prestígio social —, com a esperança de evitar que escrevessem errado. Reforçou
assim o preconceito contra aqueles que falam diferente da variedade prestigiada.
Como nos mostra o PCN, o trabalho de
linguagem oral está inserido em sala de aula, é trabalhado, mas de forma
fragmentada e algumas vezes de forma errônea, não devemos demonstrar
preconceito com as variações linguísticas que encontramos em sala de aula,
devemos trabalhar com todas elas, e mostrar como é falada a linguagem formal,
até porque quando redigimos um texto, independente da região, ele é escrito em
uma linguagem formal.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais
(1997 p.38) ressalvam que “Eleger a língua oral como conteúdo escolar exige o
planejamento da ação pedagógica de forma a garantir, na sala de aula,
atividades sistemáticas de fala, escuta e reflexão sobre a língua”.
Uma prática de linguagem oral em sala é a contação de
história, que hoje é pouco utilizada após a educação infantil, neste período da
educação infantil, as histórias tem espaço todos os dias na rotina dos alunos,
onde a professora conta, após a contação eles conversam sobre a história, assim
a professora vai trabalhando a oralidade. Passando para o primeiro ano, esta
prática vai desaparecendo até o momento em que não está mais presente.
De acordo com Cagliari (1989), a
prática da leitura não pode ser deixada em segundo plano na sala de aula e na
vida, sendo uma atividade em que a professora e a escola dedicam-se apenas
poucos minutos, dando maior atenção a dificuldades da escrita. Considera-se
isso um descaso pela leitura e suas atividades, pois é lendo que o aluno
aprimora e desenvolve sua fala e consequentemente sua escrita.
De acordo com o PCN (1997 p.
40):
O trabalho com linguagem oral deve acontecer no interior
de atividades significativas: seminários, dramatização de textos teatrais,
simulação de programas de rádio e televisão, de discursos políticos e de outros
usos públicos da língua oral. Só em atividades desse tipo é possível dar
sentido e função ao trabalho com aspectos como entonação, dicção, gesto e
postura que, no caso da linguagem oral, têm papel complementar para conferir
sentido aos textos.
O mundo
da literatura é uma fonte na geração de conhecimento, na expansão de percepção
do mundo, possibilitando à criança o desenvolvimento pessoal, a imaginação, a
criatividade, despertando a curiosidade e o desejo pela leitura de forma
prazerosa.
Um dos maiores benefícios da
contação de história sendo ela contada pela professora ou lida pelo próprio
aluno, é a fala. Este é um tema que causa certa repulsa dos alunos, pois muitos
deles têm receio de falar em publico, apresentar trabalhos, etc.
Os Parâmetros Curriculares
Nacionais (1997 p.38) afirmam que,
Expressar-se oralmente é algo que requer confiança em si
mesmo. Isso se conquista em ambientes favoráveis à manifestação do que se
pensa, do que se sente, do que se é. Assim, o desenvolvimento da capacidade de
expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola constituir-se num
ambiente que respeite e acolha a vez e a voz, a diferença e a diversidade. Mas,
sobretudo, depende de a escola ensinar-lhe os usos da língua adequados a
diferentes situações comunicativas. De nada adianta aceitar o aluno como ele é,
mas não lhe oferecer instrumentos para enfrentar situações em que não será
aceito se reproduzir as formas de expressão próprias de sua comunidade. É
preciso, portanto, ensinar-lhe a utilizar adequadamente a linguagem em
instâncias públicas, a fazer uso da língua oral de forma cada vez mais
competente.
É importante que o professor dê espaço em sala de aula,
para que os alunos possam se expressar, falar suas ideias, compartilhar suas
vivências, assim o aluno compreenderá que também tem voz e vez em sala.
Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997 p.39) nos mostra que:
Não
basta deixar que as crianças falem; apenas o falar cotidiano e a exposição ao
falar alheio não garantem a aprendizagem necessária. É preciso que as atividades
de uso e as de reflexão sobre a língua oral estejam contextualizadas em
projetos de estudo, quer sejam da área de Língua Portuguesa, quer sejam das
demais áreas do conhecimento. A linguagem tem um importante papel no processo
de ensino, pois atravessa todas as áreas do conhecimento, mas o contrário
também vale: as atividades relacionadas às diferentes áreas são, por sua vez,
fundamentais para a realização de aprendizagens de natureza linguística.
É papel do professor criar situações
para que seus alunos aprimorem e desenvolvam sua fala.
2.2 CONTEXTO HISTÓRICO DAS HISTÓRIAS
As
crianças, há alguns séculos, atrás eram considerados mini adultos, participavam
de festas, decisões políticas e até se vestiam como adultos, não tinham o
momento de brincar, de ouvir histórias como temos hoje. Após as reorganizações
dos grupos familiares, a criança começou a ser valorizada e vista como tal.
“Começa a ser considerado um ser diferente do
adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria
diferenciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a
preparasse para a vida adulta”. (CUNHA, 1991, p.22)
Como consequência destas
inúmeras mudanças, a mãe que antes ficava em casa, teve necessidade de ir
trabalhar fora e não tinha onde deixar os filhos, aqui surgiram os jardins de
infância, inicialmente era só um lugar onde as mães deixavam seus filhos para
irem trabalhar, após alguns anos concretizou-se o real objetivo dos jardins de
infância, a aprendizagem, o desenvolvimento, a interação social, o lúdico, etc.
Corroborando ( MATTOS,
2009,
p.15) ,
A literatura infantil foi se tornando universal ao mesmo
tempo em que foram surgindo vários representantes que assumiram a escrita
infantil e propuseram diferentes obras. Entre eles os autores mais importantes,
podemos citar: Andersen, Carlo Colodi, Amicis, Lewis Carroll, J.M.Barrie, Marki
Twain, Charles Dickens, Ferenc Molnar. Estes autores difundiram uma divulgação
da literatura infantil por muitos países e o Brasil não se eximiu desta nova
realidade. No Brasil, não sendo diferente, teve a literatura infantil voltado a
obras pedagógicas, sendo estas adaptações de produções portuguesas. Neste país
a verdadeira literatura infantil brasileira foi representada por Monteiro
Lobato que introduziu uma essência que a literatura infantil precisava em seu
surgimento.
Analisando,
percebemos que as histórias já estão inseridas em nosso meio desde muito tempo,
só hoje ela tem o seu real significado, e não somente a contação para aprender
a ler, mas sim também aprender a falar.
2.3 PORQUE CONTAR HISTÓRIAS
PARA CRIANÇAS?
No
momento histórico onde nos encontramos hoje, a maioria das crianças não brincam
mais nas ruas, não tomam mais banhos de chuvas, não tem mais o lúdico na
vivência do seu dia a dia, por isso a extrema necessidade da contação de
história na rotina das crianças.
De
acordo com PINTO, Fernanda Chequer
de A. (2015):
A história tem também a
função social, e a contextualização do indivíduo no seu tempo e ambiente, com
os valores do seu agrupamento, tendo como base a evolução dos espaços,
indivíduos e da sociedade. A criança que ouve histórias, comprovadamente se
tornará um adulto mais criativo, flexível e melhor preparado emocionalmente,
despertando processos internos de compreensão e adaptação. Além disso,
quem lê para uma criança não lhe transmite apenas o conteúdo da história,
promovendo seu encontro com a leitura, possibilita-lhe adquirir um modelo de
leitor e desenvolve nela o prazer de ler e o sentido de valor pelo livro.
A
literatura infantil dialoga com todas as áreas que oportunizam aprendizado:
artes, valores, educação, imaginação, criatividade, escuta, contato com as
palavras, compreensão, interpretações, e a fala que ganha uma entonação
diferente quando é lido um poema ou uma narrativa, e a aprimoração dela mesma.
Refere MATEUS, Ana do Nascimento Biluca et al., (S/D p. 55)
De acordo com vários estudiosos, a contação de histórias
é um precioso auxílio à prática pedagógica de professores na Educação Infantil
e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A contação de história instiga a
imaginação, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura,
contribui na formação da personalidade da criança envolvendo o social e o
afetivo.
Como
vimos, a contação de história é um instrumento de aprendizagem onde o lúdico
está presente em todo processo, tornando a aprendizagem muito mais significativa.
Resgatando os princípios de MATEUS,
Ana do Nascimento Biluca et al., (S/D
p. 56)
Por isso, contar histórias é saber criar um ambiente de
encantamento, suspense, surpresa e emoção, no qual o enredo e os personagens
ganham vida, transformando tanto o narrador como o ouvinte. O ato de contar
histórias deve impregnar todos os sentidos, tocando o coração e enriquecendo a
leitura de mundo na trajetória de cada um.
O
momento da contação de história na educação infantil é um dos mais esperados, e
nas series iniciais mais ainda, pois é algo que não ocorre no dia a dia. Como
já citado acima a contação de história traz inúmeros benéficos na aprendizagem
do aluno, assim necessitando de uma organização e preparação do professor
(mediador).
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se
que a linguagem oral é algo que adquirimos antes mesmo de irmos à escola, mas
isto não nos diz que não há necessidade de trabalha-la em sala. Há diversas formas de se trabalhar a linguagem
oral em sala de aula de forma lúdica e diferenciada. A contação de história,
por exemplo, é algo que pode ser trabalhado todos os dias, alguns dias somente
a contação, outro dia uma conversação sobre a mesma, seminários, etc.
A
fala da criança é reflexo dos estímulos da família e da escola, pois é papel da
escola fazer com que a criança consiga se expressar oralmente e falar de forma
clara e objetiva, pois também não basta apenas impressionar com palavras, o
aluno tem que ter clareza e coerência em sua fala. O incentivo à participação
em debates em sala, apresentações de trabalhos de forma menos “engessada”, mais
descontraída.
Por
fim, conclua-se que a escola necessita de uma pedagogia oral. É necessário que
os professores excitem a oralidade de seus alunos. Este exercício contribuirá
para futuros cidadãos de voz ativa e com a capacidade de expressar-se.
4. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Parâmetros
curriculares nacionais: Lingua Portuguesa/Secretaria da educação
fundamental. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
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Scipione, 1989.
CAMPOS, Maria Inês
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didática. São Paulo: Moderna, 2000.
CUNHA, Maria Antonieta
Antunes. Literatura Infantil: Teoria e
Prática. 12 ed. São Paulo. Ática, 1991.
DALMÔNICO, Vilde Luiza;
FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia acadêmico, versão 2013. INESA. Joinville-SC.
DIONÍSIO,
Ângela Paiva. Análise da conversação. In: BENTES, Anna C. & MUSSALIM,
Fernanda. Introdução à lingüística domínios e fronteiras 2. 8
ed. São Paulo: Cortez, 2012.
DOHME,
Vania D’Angelo. Técnicas de contar
histórias: um guia para desenvolver as suas hablidades e obter sucesso na
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LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN,
Regina. Literatura infantil brasileira:
histórias e histórias. São Paulo: Ática, 2007.
MAGALHÃES,
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Colégio de aplicação UFJF. Londrina, 2008. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/3053/4671>
Acesso em: 09 abr. 2013.
MATEUS, Ana do Nascimento Biluca. A
IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL. Minas Gerais: PUC, S/D.
MATTOS
, Bruna daniella souza. A LITERATURA
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federal de Londrina, 2009.
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em: <http://www.insite.pro.br/2010.html>. Acesso em: 05 fev. 2013.
PATRINI, Maria de Lourdes. A renovação do conto: emergência de uma
prática oral. São Paulo: Cortez, 2005.
PINTO, Fernanda
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importância de contar histórias. Disponível em: < http://www.projetoamplitude.org/com-a-palavra-amplitude/a-importancia-de-contar-historias/>
Acesso em 26 de Outubro de 2015.
RATIER,
Rodrigo, VERLI, Lorena. Oralidade: a fala que se ensina. Revista
nova escola. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/fala-se-ensina-423559.shtml>.
Acesso em: 21 mai. 2013.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo:
Contexto, 2013.
[1]
Acadêmica do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de
Ensino Superior Santo Antonio – INESA.
A PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A
PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Maiara Costa[1]
RESUMO
Quando
pensamos no processo de alfabetização,nos remetemos à aprendizagem da leitura e
da escrita, que já se encontra internalizado neste processo, mas acabamos
esquecendo, ou muitas vezes não paramos para analisar este processo com um
olhar mais atento e focado no desenvolvimento da criança. O domínio da leitura
e da escrita requer todo um preparo na criança quando pequena, para que então
sejam desenvolvidas tais potencialidades, que levam esta a ser alfabetizada de
fato. Essas potencialidades estão associadas ao desenvolvimento psicomotor da
criança, que por sua vez destaca-se a psicomotricidade, sendo a ciência que faz
seus estudos a cerca do ser humano, valorizando o seu corpo através do
movimento. Então, torna-se propício alfabetizar entre os seis e sete anos de
vida, aonde a criança já tem se desenvolvido corporalmente a base necessária
para receber este aprendizado, ressaltando que este processo varia de criança
para criança, pois é muito relativo à maturação do seu corpo, ritmo e o quanto
ela é estimulada para desempenhar tal habilidade. Considerando os aspectos de
que a aprendizagem da escrita é um meio que o ser humano utiliza, considerada
fundamental para socializar-se com os outros indivíduos. Uma criança da
educação infantil, que não foi desenvolvida corporalmente através da educação
psicomotora para ser alfabetizada, pode apresentar diversas dificuldades nesse
processo. Por isso se faz importante a figura do professor como mediador desta
aprendizagem. A corporal, na educação infantil, desenvolvendo potencialidades
como, equilíbrio, lateralidade, coordenação motora, espacial entre outras, ea mental
na pré-escola, demonstrando a apropriação do que foi estimulado pelos
professores na educação infantil, quando criança. Portanto alfabetizar é um
ciclo, aonde cada professor faz seu intermédio com a criança de acordo com suas
fases de desenvolvimento e a criança fazendo parte deste processo, se faz
necessário que participe ativamente das situações de interações, e não fique
apenas como um figurante, mas que ele possa seguir adiante levando em sua bagagem
tudo o que lhe foi aprendido através dos ensinamentos desses professores.
Palavras-chave:
Psicomotricidade; Alfabetização; Escrita; Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O
conceito de alfabetização está associadoà leitura e a escrita, que por sua vez,
tem sido enfoque de diferentes profissionais, que buscam privilegiar o processo
de aquisição deste termo.
Observa-se
hoje que muitos alunos que ingressam no Ensino Fundamental apresentam algum
tipo de dificuldade (ou distúrbios) no processo de alfabetização, podendo ser
relativo ao seu processo de desenvolvimento psicomotor. Considerando que a
preparação psicomotora para a aprendizagem da escrita, pode acontecer na
Educação Infantil, onde o aluno encontra-se mais “disposto” a explorar o mundo
que o cerca.
Nós
seres humanos, viemos de uma geração, aonde se aprende muito fácil, mas deve-se
levar em consideração que para o processo de alfabetização, principalmente, a
aquisição da escrita requer muita concentração e exige muito mais esforço das
crianças que possuem dificuldades, pois a força de vontade precisa ser em
dobro, para que seja desenvolvido o seu corpo (físico) e seu sistema neuronal,
adquirindo assim a aprendizagem.
Considerando
o percurso que a escrita passou, podemos observar a estreita relação que tem a
psicomotricidade com a aquisição da escrita, pois este processo está associado
ao desenvolvimento da criança e aqui se faz presente a figura do professor como
mediador deste processo.
No
entanto faz-se necessário que o profissional da educação dê a importância
devida ao processo de desenvolvimento humano, para que possamos não ser
surpreendidos por uma educação deficitária como muito tem sido os casos das
escolas de hoje em dia.
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este
artigo acadêmico tem por finalidade trazer à tona uma reflexão ao professor
sobre suas condutas em sala de aula, o seu olhar para a criança, considerando
este como um todo e suas expectativas como mediador do ensino da escrita com
base nos processos psicomotores.
2.1
PSICOMOTRICIDADE: SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
O ser humano se expressa e se comunica através do seu corpo
e como desde a antiguidade o corpo humano sempre foi valorizado, a
neurofisiologia veio a se desenvolver e a partir de estudos feitos nessa área, ficou
constatado que muitas pessoas apresentavam lesões na área do cérebro ou que possivelmente
não poderiam ser diagnosticados a anormalidade ou, os débeis.
Surge então,
a psicomotricidade que contempla todo o esquema corporal do indivíduo, de forma
que este possa ser explorado pela prática de movimentos.
Ela tem origem grega psyque, que
significa alma e no verbo latino moto que significa mover frequentemente, agir
fortemente.
A
psicomotricidade teve contribuições
de grandes profissionais de áreas distintas, surgem aqui várias
reflexões a cerca deste termo. Ela
consiste em perceber o ser humano a partir de seu conjunto de movimentos, ou
seja, envolve toda a ação que é
realizada pelo indivíduo, quando
falamos de uma pessoa devemos observar esta como um todo, principalmente a
contemplar o seu corpo, pois é
através dele que esta se expressa e se desenvolve.
No entanto,
o corpo em movimento faz com que o ser humano esteja constantemente em mudanças,
estas podendo ser motoras,
afetivas e intelectuais, pois são através
de mudanças nestas áreas que o indivíduo vai ativar as suas potencialidades psíquicas para
trabalhar corporalmente cada aspecto
citado, ou seja, quando o ser humano nasce, segundo a neurofisiologia,
ele não nasce pronto, ele nasce com potencialidades que tendem a se
desenvolver e a partir do desenvolvimento
e estímulos que se consolidam, estes criam bases para que um novo movimento
ative alguma função psíquica que dê-lhe a oportunidade de desenvolver uma nova potencialidade.
E uma das
potencialidades a se desenvolver é o movimento de pinça, que tem grande marco
no processo de alfabetização. Com a maturação do Sistema Nervoso Central (SNC),
o bebê passa de ter reflexos e começa a ter reações intencionais, aonde o ato
de preensão é substituído pelo movimento de pinça, ou seja, com repetições de
certos movimentos ele vai aprimorando os gestos e conseguindo alcançar o seu
objetivo final.
Assim,
criando “base” dos movimentos, na primeira infância a criança ao ingressar no
Ensino Fundamental já possui boa coordenação de suas mãos para desempenhar a
escrita e ser alfabetizado, pois como afirma Tavares (2007, p. 21)
A
escrita é constituída de uma atividade psicomotora extremamente complexa, na
qual participam os aspectos da maturação do sistema nervoso, expressado pelo
conjunto de atividades motoras; pelo desenvolvimento psicomotor geral,
especialmente no que se refere à tonicidade e coordenação dos movimentos e pelo
desenvolvimento da motricidade fina, ao nível dos dedos da mão.
Ou seja, a criança, para iniciar o
processo da escrita, precisará reformular a sua linguagem falada para que então
possa desempenhar a linguagem escrita. “O aprendizado da escrita [...], requer
que a criança [...] tenha desenvolvido sua afetividade” (TAVARES, 2007, p. 21).
Pois “o domínio da língua, [...] escrita, é fundamental para a participação
social e efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à
informação [...] e produz conhecimento” (BRASIL 1997, p. 15).
Vejamos que todo esse processo de
aprendizagem implica em diferentes aspectos tantos afetivos, quanto cognitivos,
na vida de uma criança. Todos considerados importantes para que a criança se
desenvolva de forma saudável e acompanhe a etapado seu processo de
desenvolvimento. E sinalizamos aqui, a importância da psicomotricidade em
relação ao processo de aprendizagem, já que ambas se encontram intimamente
ligadas.
Valendo-se de várias hipóteses,
Tavares (2007, p. 25) constata que,
Durante o processo de
aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência.
O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial,
Orientação Temporal e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema
em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.
Portanto todo o desenvolvimento citado
acima contempla o processo para a aquisição da escrita e se acontecer algum
tipo de problema em qualquer elemento destes poderá, a criança, ter problemas
graves na escrita, na leitura, entre outras, pois seu desenvolvimento
psicomotor, provavelmente, foi mal constituído, por isso que se faz necessário
ter desenvolvido lá na educação infantil as bases psicomotoras, como audição,
manuseio de brinquedos, brincadeiras lúdicas entre outras, para que isto não
venha surpreender mais tarde.
No entanto percebemos a estreita
relação entre a aprendizagem da escrita, a psicomotricidade e o professor como
mediador e executor de funções de todo este processo, que se estende por um elo
de profissionalismo na rede da educação escolar.
2.2 A
APRENDIZAGEM DA ESCRITA
Desde
os tempos mais antigos a escrita já era um marco da evolução histórica da
humanidade. Antigamente os homens se comunicavam através de desenhos nas
paredes de suas cavernas, no chão, através de garatujas, entre outras, assim
começou a ser evidenciada a escrita, sendo um dos meios de comunicação
utilizada naquela época.
Com a evolução da espécie
humana, o homem começou a deixar suas marcas através da escrita, aonde começa a
ter a história de fato, pois ela começa existir a partir do momento em que o
homem começa a escrever, pois são através das marcas deixadas no passado que
conseguimos descobrir nossas origens e conhecer o nosso antepassado.
A história da escrita
perpassa por um longo caminho até se constituir-se como hoje é, valendo-se de
regras, habilidades específicas, entre outras características que marcam este
termo. Aprender a ler e escrever requer muito da criança envolvida neste
processo, é preciso que a mesma, segundo Alves (2005), consiga estabelecer
relação entre o código escrito e o falado.
Por isso que não tem como
falar sem escrita sem se remeter a leitura, pois para a aquisição de aprendizagem
delas, torna-se semelhante a um jogo, dispondo de regras, combinações, treino
enfim, uma série de semelhanças entre ambas, que nos remetem ao processo de
aprendizagem.
Como
afirma Garcia (2008, p. 3) “O aprendizado da linguagem escrita representa um
novo e considerável salto no desenvolvimento da pessoa”. Pois o que antecede a
escrita, é a leitura e ainda antes disto, é a aquisição da fala e para possuir
este domínio do sistema de códigos, faz com que a criança aumente a sua
capacidade de memória para então efetuar os registros de suas informações. Ou
seja, “Na escrita, se estabelece uma relação entre audição (palavra falada), o
significado (vivencia da escrita) e a palavra escrita” (ALVES 2005, p. 107).
Pois
como afirma Alves (2005, p. 96), “O ser humano apresenta três sistemas verbais:
auditivo (palavra falada), visual (palavra lida) e escrita. O primeiro que ele
adquiriu foi o auditivo, porque é mais fácil de aprender e também o que exige
menos maturidade psiconeurológica”.
Sendo
esta aprendizagem adquirida na educação infantil, pois este é o meio mais
utilizado para se comunicar com as crianças e transmitir situações que eles
participam ativamente deste processo.
Ainda
neste contexto Alves (2005, p. 100) afirma que “A leitura é um processo de
compreensão abrangente que envolve aspectos sensoriais, emocionais,
intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e
políticos”.
A
criança, no seu dia a dia, presencia muito a escrita por diversas partes do seu
mundo. A escrita está contida em outdoors, na televisão, enfim espalhados por
todos os lugares que ela passa, a fim de comunicar alguma coisa. E ela inserida
neste contexto, está cada vez mais exposta a este aprendizado.
A
inserção da criança no ambiente social proporciona, desde a educação infantil
através da linguagem oral e gestual (sendo estas mais usadas), que ela se
aproprie deste meio de comunicação para se socializar com os demais. E como as
crianças, são seres, que aprendem muito fácil, não devemos nos esquecer de
levar em consideração que o processo da escrita requer muita concentração, o
mental.
Portanto
ter cuidado com o ensino da escrita requer que o professor também avalie a sua
conduta em sala de aula para que possa surtir efeito no aluno, pois o
aprendizado da escrita inicia no aluno através do professor e este deve se
basear nas condições de aquisição e potencialidades que os alunos possuem para
receber tal aprendizado.
2.3 OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA
Os
problemas de aprendizagem da escrita são decorrentes de alguma dificuldade no
seu processo de desenvolvimento e podem ter diversos efeitos, assim Alves
(2005, p. 98) afirma que esses problemas podem ser atribuídos por causas de várias
origens, sendo elas:
Orgânicas:
cardiopatias, encefalopatias, deficiências sensoriais (visuais e auditivas),
deficiências motoras (paralisia infantil, paralisia cerebral etc.),
deficiências intelectuais (retardo mental ou diminuição intelectual), disfunção
cerebral e outras enfermidades de longa duração; Psicológicas: desajustes
emocionais provocados pela dificuldade que a criança tem de aprender, o que
gera ansiedade, insegurança e autoconceito negativo; Pedagógicas: métodos
inadequados de ensino, falta de percepção, por parte da escola do nível de
maturidade da criança, iniciando uma alfabetização precoce, relacionamento
professor-aluno deficiente, não domínio do conteúdo e do método por parte do
professor, atendimento precário das crianças devido à superlotação das classes;
Socioculturais: falta de estimulação (criança que não faz a pré-escola e também
não é estimulada no lar); Dislexia: um tipo de distúrbio de leitura que
colocamos como causa, porque provoca dificuldades específicas na aprendizagem
da identificação dos símbolos gráficos, embora a criança apresente inteligência
normal, integridade sensorial e receba estimulação e ensino adequados.
As
diversas causas mencionadas são decorrentes de problemas de aprendizagem que,
provavelmente se manifestou no processo de aquisição da escrita, e por não ser
“tratada” com recursos que poderiam auxiliar nesse processo, ocorreu
determinado problema.
Esta
dificuldade é apresentada por Fonseca (1995) como disgrafia e disortografia.
Que para Alves (2005, p. 109) o primeiro referindo-se a:
[...] a dificuldade
de coordenar movimentos dos símbolos gráficos, é uma dispraxia da escrita.
Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são ilegíveis. A
criança disgráfica apresenta déficit motor, visual, podendo apresentar
comprometimentos cognitivos, emocional e neurológico. Não consegue idealizar no
plano motor o que captou no plano visual.
A
disgrafia, no entanto, é representada pelas dificuldades de escrita que se
referem à grafia, segundo Alves (2005), existem vários níveis de disgrafia,
podendo ser desde a incapacidade de segurar um lápis ou até mesmo de traçar uma
linha.
Valendo-se
de várias hipóteses, Alves (2005, p. 109) constata que,
As criançasdisgráficas
mais velhas conseguem reproduzir legivelmente uma palavra, mas distorcem a
sequência dos movimentos quando escrevem. Os principais tipos de erro da
criança disgráficas são:
- apresentação
desordenada do texto;
- margens malfeitas
ou inexistentes, a criança ultrapassa ou para muito antes da margem, não
respeita limites;
- espaço irregular
entre as palavras, linhas e entrelinhas;
- traçado de tamanho
pequeno ou grande, pressão leve ou forte, letras irregulares e retocadas,
rasuras;
- distorção da forma
das letras;
- movimentos
contrários ao da escrita convencional, inversões;
- irregularidade no
espaçamento das letras na palavra; mau uso do espaço gráfico;
- direção da escrita
oscilando para cima ou para baixo; traçado incoordenado;
- separação
inadequada das letras;
- dificuldade na
escrita e no alinhamento dos números na página;
- desorientação
espacial;
- dificuldade de
copiar do quadro para o caderno (plano vertical para o horizontal);
- lentidão exagerada
na escrita ou para executar tarefas.
Já
a disortografia refere-se a uma dificuldade na escrita relacionada aos processos
de ortografia e que ocorre apenas quando a escrita envolvem alguns fatores que
antecedem o ato de escrever, consiste numa escrita com numerosos erros e que se
manifesta logo após ser adquirido o mecanismo da leitura e da escrita (LEÃO,
2004).
Assim,
Alves (2005, p. 110) afirma que a “Disortagrafia: É a incapacidade de escrever
corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de
letras. Podendo implicar na diminuição da qualidade do traçado das letras”.
A
disortografia também possui seus principais tipos de erro que a criança com
este tipo de problema de aprendizagem costuma apresentar, que segundo Alves
(2005, p. 110) são:
- Confusão de letras
(trocas aiditivas);
- Consoantes surdas
por sonoras: f/v; p/b; ch/j;
- Vogais nasais por
orais: na/a; em/e; in/i; on/o; um/u;
- Confusão de sílabas
com tonicidade semelhante: cantarão/ cantaram;
- Confusão de letras
(trocas visuais): simétricas – b/d; p/q
- Semelhantes – e/a;
b/h; f/t;
- Confusão de
palavras com configurações semelhantes: pato/pelo;
- Uso de palavras com
um mesmo som para várias letras: casa/caza; asar/azar; exame/exame (som de z).
Além
destes problemas existe uma série de outras dificuldades que uma criança pode apresentar
em seu processo de alfabetização. Podendo esses erros ser constantes e
progressivamente ao decorrer da vida da criança, afetando em seu desempenho
escolar, e varia de criança para criança e do seu estágio de distúrbio da
escrita.
Em
Fonseca (1995) encontramos os termos disgrafia relacionado a um problema de
execução e disortografia sendo destacado como um problema de formulação, sendo ambos
os distúrbios específicos da linguagem escrita.
Então
observa-se que os problemas de aprendizagem, não somente da escrita mas também
da leitura, podem se manifestar na criança através de alguma dificuldade ou até
mesmo no processo de aquisição desta, que pode ser revertida como uma
“aprendizagem de sucesso” através dos instrumentos e formas que o professor
utilizará diante de cada situação, que se torna singular por ser crianças
diferentes.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões aqui
representadas são voltadas indiretamente ao trabalho do professor, pois quem
faz as abordagens com o aluno é ele e quem intervém e dá assistência ao aluno
com dificuldade, em primeiro lugar é o professor, pois muitas vezes é na sala
de aula que aparecem os problemas, e o professor dotado de seus conhecimentos,
encaminha o mesmo para especialistas, ou “trata” em sala o que está sob seu
domínio.
E
deve-se ressaltar o papel do professor referente à psicomotricidade, pois ao
além de ensinar o aluno, ou transmitir conhecimentos, ele deve ajudar o aluno,
assumindo o papel de facilitador, ou seja, ele deve estimular a criança de
diversas formas possibilitando que a mesma crie bases necessárias para ser
alfabetizada. Vejamos que aqui essas funções se dividem em dois períodos, em
educação infantil e pré-escola, pois quando falamos de bases necessárias para a
aquisição da linguagem escrita, remetemo-nos a educação infantil, por ser esse
o período propício para desenvolver a maioria das habilidades, devido à idade
das crianças e a sua motivação consequente a sua curiosidade de explorar o
mundo. E depois a pré-escola, por ser o período em que a criança, a partir de
suas potencialidades pré-desenvolvidas começam a ser alfabetizadas e letradas.
A
escrita perpassa por uma longa história, onde podemos observar que ela vem se
constituindo de longos anos atrás e é um dos meios de comunicação primordial na
sociedade. Os avanços que a escrita teve desde a pré-história foram muito
significativos para que hoje ela pudesse chegar a esse nível e ter se
constituído como tal. É através dela que podemos conhecer a história da
humanidade, pois como citado anteriormente, só há história porque há escrita.
Portanto,
fazendo uma análise geral do que até aqui foi estudado, percebemos que a escola
precisa abrir espaços dentro dela, para que se possa fazer uma análise do
processo de aquisição da linguagem escrita, tirando de foco o “como ensinar” e
inserindo o “como ocorre a aprendizagem do aluno”, considerando que cada um
possui as suas particularidades, estas sendo individuais de cada um. E pensar
na sua própria formação acadêmica como um professor alfabetizador, partindo do
ensino para com as crianças e suas reflexões a partir da alfabetização.
Considerando os saberes desta prática, e a diferença que faz, no âmbito
escolar, um professor que faz a diferença ou pelo menos pensa em ser um
professor reflexivo.
REFERÊNCIAS
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Portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental. 2. Ed. Rio de Janeiro:
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[1] Acadêmica do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia da
Instituição de Ensino Superior Santo Antônio-Inesa de 2015/2.
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