A IMPORTÂNCIA
DA PSICOLINGUÍSTICA PARA O ALUNO COM DISLEXIA
Luciana Moreira[1]
Resumo: A
psicolinguística é uma ciência que abrange duas áreas: a psicologia e a
linguística aplicada. A psicologia, isoladamente é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais.
Melhor dizendo, a psicologia estuda o que motiva o comportamento humano – o que
o sustenta, o que o finaliza e seus processos mentais, que passam pela
sensação, emoção, percepção, aprendizagem, inteligência, ou seja, auxilia no processo
reconhecimento e de aceitação do ser humano, ou de um grupo social que, poderia
abranger a família ou a escola. A linguística aplicada, também é uma ciência que
pode ser definida como a ciência que estuda não só a linguagem, mas a linguagem
humana, neste caso, mais especificamente, a língua e suas mais variadas formas
de expressão e de comunicação. Para que seja possível a compreensão da
linguística ser caracterizada como uma ciência, de fato, é preciso tomar como
exemplo o caso da gramática normativa. Uma vez que ela não descreve a língua
como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos
falantes, constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto
de regras, de modo a realizar a combinação desses. Ou seja, em toda língua,
seja ela a língua portuguesa, a inglesa o espanhol ou o mandarim haverá a forma
culta (língua escrita) e a forma coloquial (língua falada) e, em todos os
casos, haverá uma variação linguística bastante diversificada. Há, entretanto,
alguns casos em que o indivíduo pode não conseguir assimilar a aquisição de uma
delas, ou até mesmo de ambas, ou ainda, a não verbalização de uma delas. Neste
caso, a psicolinguística que, nada mais é que a conexão entre a linguagem e a
mente. A psicolinguística então tenta explicar alguns distúrbios presentes em
algumas pessoas, na aquisição da linguagem oral, bem como encontrar possíveis
tratamentos das mesmas. Um dos principais desvios linguísticos da língua
portuguesa é a dislexia, que se caracteriza como uma dificuldade que um
indivíduo apresenta na leitura e na escrita e que pode afetar também a
percepção dos sons da fala. Então, pode-se dizer que uma grande ferramenta para
auxiliar o professor, assim como a família do aluno disléxico, através da
psicolinguística, é o jogo lúdico e a brincadeira. Ora, pois, a criança que
cresce em meio a brincadeiras, terá grande possibilidade de tornar-se uma
criança mais feliz e apta à aprendizagem dos signos e da palavra.
Palavras-chave: Psicolinguística; dislexia; variação
linguística; aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O interesse pelo assunto
da dislexia surgiu a partir da necessidade de escrever um artigo que envolvesse
a psicolinguística. Muitos temas poderiam ser abordados, porém, o desejo de
revelar e investigar a dislexia como objeto de estudo surgiu através da falta
de informação que população possui sobre a mesma. Se nos dias atuais pouco se
sabe sobre essa falha na linguagem, antigamente pouco se falava a respeito. Pois
bem, o objetivo principal deste artigo se dá, então, em conscientizar uma
camada da sociedade, em especial, os da área da educação e tentar alertá-los
para estes distúrbios de aprendizagem. Sim, porque apesar de não se tratar de
uma doença clínica, a dislexia tem tratamento, caso diagnóstico for precoce.
Fato de suma importância, já que pode ser uma das principais causas da evasão
escolar, assim como gerar certa exclusão social.
Logo, este artigo tem como
função abordar a psicolinguística como colaboradora no tratamento do aluno com
deficiência de aprendizagem, especificamente da dislexia.
A dislexia é uma
dificuldade apresentada na leitura e na escrita, mas que também pode afetar a
percepção dos sons da fala. É um distúrbio que, a princípio, manifesta-se na fase
de alfabetização.
Porém, para que se possa
falar da dislexia, propriamente dita, é preciso abordar, primeiramente, o significado
de psicolinguística e qual seu papel na aquisição da linguagem oral falada e
escrita.
O papel da escola é de
fundamental importância para um tratamento eficaz do aluno com dislexia, bem
como estabelecer uma relação de cumplicidade com a família. É necessário que a
criança não se sinta excluída por nenhum das partes envolvidas, ao contrário; a
cumplicidade e a confiança são peças importantes para o sucesso do tratamento.
Apesar de apontar as
causas, os sintomas e alguns possíveis tratamentos para a melhora do aluno com
dificuldade de fala e escrita, usando como ferramenta a psicolinguística; este
artigo não se aterá em desvendar as raízes do distúrbio e, menos ainda, propor
uma cura para tal.
2
O QUE É PSICOLINGUÍSTICA?
Apesar de
a psicolinguística estar diretamente relacionada à aquisição da linguagem oral
falada e escrita, ela é uma ciência que estuda os processos de codificação e
decodificação da linguagem, ou seja, a troca de mensagens e significados que
são trocados entre locutor e interlocutor, ou seja, estuda os processos de
estruturação da língua e suas variáveis.
Embora a psicolinguística,
nos últimos tempos, esteja mais voltada à área da psicologia que da linguística,
não é possível estudar e diagnosticar casos de falha ou deficiência da
linguagem somente com uma ou outra, já que a linguagem não tem somente a função
de comunicação, pois este é um fator existente em qualquer animal irracional. A
linguagem é muito maior, Costa, (2010, p.4) afirma que,
A linguagem é um
sistema de regras, porém um sistema aberto, isso significa que, há maneiras de
dizer coisas antigas de novas formas e que para várias ou se não todas as
palavras, lhe são conferidas vários sentidos. A linguagem é um sistema de dupla
articulação, há uma coarticulação de fonemas segundo leis fonológicas e depois
a articulação de leis sintáticas. Sobre essa segunda característica linguística
[...] temos a fonologia, que é o estudo do conjunto de sons sem significado e
das regras pelas quais combinamos tais sons para formar palavras e sentenças.
Outro elemento dentro da fonologia são os fonemas, que se estabelecem a partir
da diferença entre sons. [...]
A partir das palavras escritas pelo
autor, pode-se perceber que a linguagem abrange muito mais que a comunicação
entre dois seres, ela conecta e informa aquilo que o sujeito locutor quer
dizer, fazendo que o outro sujeito interlocutor interaja da mesma maneira,
recebendo essas informações e processando as ideias fornecidas pelo primeiro.
Bacelar, Ferreira, Garcia e Pastana, (2011) mostram,
através da teoria de Piaget, que é possível utilizar a linguagem como principal
forma de conexão verbal humana. Elas abordam que “A comunicação é processo
evolutivo”. Ora, utilizar a linguagem como instrumento de comunicação, requer
muito mais que a participação de dois sujeitos, a linguagem é uma construção
contínua de símbolos que se trocam seus papeis a cada troca de comunicação ou
interlocução. As autoras garantem que os estudos de Piaget deixam claro que,
[...] o desenvolvimento linguístico depende do
desenvolvimento da inteligência. [...] Para o teórico, o desenvolvimento
cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras e considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras e considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira.
Quando se é fala em linguagem, logo se
associa à língua ou à fala, porém, já é notório que linguagem é uma capacidade
comum a qualquer animal. Quando o assunto é língua e fala, aí se está referindo
a uma capacidade estritamente humana, mas nem por isso, significa afirmar que
ambas possuem o mesmo significado. Saussure (1913)
opõe língua e fala, afirmando que “A língua seria o conjunto abstrato e
socialmente partilhado de signos e de regras combinatórias que permite produzir
os atos de fala, e a fala seria cada produção concreta feita por quem usa a
língua”.
Então, não há como abordar a linguagem
humana, sem buscar apoio na psicologia, pois se sabe que todo indivíduo
racional, por natureza, diferencia-se um do outro. Sendo assim, a participação da
psicolinguística se faz necessária tanto para a aquisição da linguagem, como
para as inter-relações que a criança venha a desenvolver desde muito pequena. E
observar possíveis falhas de linguagem neste período é um fator de suma
importância, já que a falta do diagnóstico precoce pode comprometer essa
capacidade ao longo da vida desta criança.
A psicolinguística está totalmente voltada à psicologia
infantil ou ao adulto que possui falha na linguagem. E a participação do
professor, em unidade com a família e profissionais da área da psicologia,
principalmente nos dias de hoje, vem sendo um fator indispensável nas unidades
escolares. É cada vez mais comum, encontrar alunos que possuem deficiências na
fala e, por isso, desenvolver certas carências na escrita.
A dislexia é um dos casos mais conhecidos e frequentes,
porém ignorado por muitos profissionais pedagógicos e pela família.
3 DISLEXIA
A dislexia é uma
dificuldade que um indivíduo apresenta na leitura e na escrita e que pode
afetar também a percepção dos sons da fala. Como já foram relatadas, nos
últimos anos, cada vez mais as salas de aula estão apresentando casos de
crianças com dificuldade de aprendizagem, sobretudo a dislexia.
Como se sabe, este distúrbio da linguagem oral se manifesta
inicialmente durante a fase de alfabetização.
Segundo Morais (1995 apud Blasi
2006, p. 13) “o fracasso no desempenho da leitura se deve à dificuldade
apresentada na descoberta do fonema, pois, [...] o fonema representa a peça
fundamental para a compreensão da escrita”. Ele ainda diz que a hereditariedade
é uma condição para a aprendizagem e que, segundo o autor, “existem vários
genes envolvidos nesta condição”.
Em concordância com esta afirmativa, Orton, (1937 apud Snowling & Stackhouse 2004, p.
11) utiliza o termo strefossimbolia
como “[...] literalmente, uma distorção de símbolos”, para designar a dislexia.
Orton averiguou e pôde constatar que esse distúrbio estava relacionado às
deficiências de linguagem e que eram comuns a membros de uma mesma família.
Um órgão internacional, a Classificação Internacional de
Doenças (CID) descreve as características e sintomas da dislexia como uma
doença, de fato. Entretanto, o Instituto
Brasileiro de Dislexia (IBD) prefere abordá-la como um transtorno de
aprendizagem.
Sendo assim, Snowling & Stackhouse (2004, p. 12)
mostram que a dislexia pode ser vista através de dois pontos de vista: o da
escola e o da medicina. Na primeira, os autores relatam que o termo dislexia
deve estar atrelado “às crianças que não conseguem ler, apesar de possuírem uma
inteligência adequada, receberem instrução convencional e oportunidades
socioculturais”. Já os profissionais da área médica, correlacionam competências
cognitivas e realização educacional. Ou seja, nem o profissional da educação e
nem o psicólogo pode diagnosticar uma criança, sem conhecimento prévio de suas
aptidões pedagógicas, bem como o histórico familiar.
Ainda na visão de Snowling & Stackhouse (2004, p. 33),
A visão leiga
da dislexia é de uma pessoa criativa que é boa em muitas coisas, exceto na
leitura e na escrita. Entretanto nem todas as crianças disléxicas são assim. As
crianças com as quais estamos lidando neste livro são aquelas que têm ou correm
o risco de ter, dificuldades de leitura, independentes de seus talentos. [...]
Então,
o papel do professor é saber identificar o aluno com essas dificuldades para
saber a quem e como recorrer. Novamente, é preciso ressaltar a importância da
união entre escola e família.
3.1
A SIGNIFICÂNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR PARA A
CRIANÇA DISLÉXICA
No ambiente escolar, a criança é apresentada às letras e
todas as suas diversidades, logo no início do processo educacional. Os símbolos
estão em toda parte.
Para a criança em processo de letramento, é preciso que o
professor saiba apresentar esses símbolos a ela e ressaltar a importância que
eles têm para a aquisição da fala e da escrita.
Já que, falar é um ato inato e comum aos seres humanos, então,
o reconhecimento das letras e a leitura são consequências deste feito. Então,
seguindo este pensamento, Coscarelli (1993, p.163) afirma que,
O ato de ler pode ser subdividido em várias partes que podem ser
trabalhadas e desenvolvidas separadamente na escola. [...] (...) fazer a ponte
entre teoria e prática mostrando como as subpartes da leitura podem ser levadas
para a sala de aula. Se a gente pensar sempre na leitura como um todo sem
subdivisões, dificilmente conseguiremos ajudar os nossos alunos a desenvolver
estratégias de leitura, pois não seremos capazes de identificar onde está o
problema de cada aluno. O que parece faltar, então, para os professores é
detalhar melhor quais seriam as subdivisões da leitura para que seja possível
trabalhar conscientemente cada uma delas.
Partindo deste princípio, ressalta-se a autoridade da
psicolinguística na aquisição da leitura, bem como nas dificuldades por ela apresentadas.
De acordo com A. Henning (2003, p.35 apud
Coscarelli, p. 172) para auxiliar um aluno com dislexia,
o
professor deve considerar cinco princípios
de aprendizagem: o desenvolvimento de métodos de ensino-aprendizagem,
promover uma visão positiva da leitura, minimizar o efeito rotulador do disléxico, usar
de recursos variados de leitura e reforçar as competências fundamentais da
leitura como a letra, o som e o reconhecimento de palavras.
Logo, iniciativas que estimulem
a capacidade mental, bem como visual se tornam fundamentais para que o aluno
com dislexia consiga contornar suas dificuldades, rumo ao sucesso. Tais
estímulos podem variar de acordo com as necessidades do disléxico. Caberá ao
professor identificar tais necessidades e tentar supri-las da maneira mais
positiva e eficaz.
Ideias eficazes para a criança com
dificuldades de aprendizagem, pode vir através do jogo e da brincadeira.
Segundo Amorim, (2008, p. 10),
A criança que brinca desenvolve a sociabilidade, faz
amigos e aprende a conviver, respeitando o direito dos outros e as normas
estabelecidas pelo grupo. Porque brincando prepara-se para o futuro,
experimenta-se o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual
permite. E, principalmente, porque
brincando a criança está nutrindo sua vida interior, descobrindo suas
habilidades e buscando um sentido para a vida.
A autora vai além, ela afirma que “Também para o
disléxico é fundamental o brincar, pois o brinquedo exerce um simbolismo que o
faz refletir e ordenar significados, ampliar vocabulário que é pobre [...] e
expressar-se através de gestos, da escrita e verbalmente”. Claro que quando se
fala em brincadeira, é preciso ressaltar essas precisam ser planejadas e
adaptadas para cada turma. É preciso respeitar os limites, e o da criança com
dislexia, precisa ser ainda mais meticulosamente pensada, pois, como se sabe,
esta criança possui um ritmo mais lento que as demais.
4 A PSICOLINGUÍSTICA COMO FERRAMENTA
FACILITADORA DA DISLEXIA
O enfoque da psicolinguística,
ramo interdisciplinar da Psicologia e da Linguística Aplicada considera a
leitura como uma habilidade complexa, na qual interfere em uma série de
processos linguísticos e de memorização. Acredita-se que o início do processo
da aquisição da leitura é o estímulo visual, sendo assim, o final deve ser a
decodificação dos signos, bem como a compreensão deles.
A dislexia, segundo Dubois
(1993, p.197 apud Martins, 2007), “é
um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na
correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas
vezes, mal identificados”.
Então, no que se refere à
dislexia, pode-se dizer que o portador deste distúrbio discrimina a fonética,
assim como o reconhecimento dos signos gráficos. Ou seja, o aluno disléxico
possui dificuldade de reconhecer os sons das palavras, por isso apresentará,
também uma falha na escrita.
A dislexia, para a Linguística,
então, não é uma doença, mas um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura.
O papel da
psicolinguística, neste caso, deverá se o de auxiliador da escola, junto com a
família para que o caso não se agrave e nem se torne algo permanente, causador
de insucessos e, muitas vezes traumas.
Então,
para que a psicolinguística se faça presente no tratamento da criança
disléxica, Alcântara, (2008, p. 5) considera que,
Os
professores podem identificar esses déficits de leitura com atividades que utilizem
repetição, trocadilhos, pronúncia de palavras polissílabas e de não-palavras, ou
até leitura de palavras isoladas além de palavras em um contexto, analisando os
resultados. Vendo as dificuldades, o professor será capaz de perceber quais
alunos apresentam leitura irregular.
O que Alcântara que dizer quando usa a palavra repetição,
entende-se que exercícios de memorização sejam feitos com todas as crianças.
Somente assim é que o professor poderá identificar a dislexia em seu aluno. A
partir deste momento, escola e família precisam caminhar na mesma direção, que
é aquela que seguirá rumo a sucesso do aluno.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo procurou expor alguns passos que pudessem
facilitar o trabalho do professor e a aprendizagem de alunos em fase de
letramento, especificamente com o aluno disléxico. Foi proposto mostrar que é
possível ajudar este aluno a compreender e assimilar bem a linguagem, bem como
a aquisição das palavras e da leitura das mesmas, desde que haja preparação por
parte do educador e união entre escola, família e profissionais da psicologia.
Preparação esta que deve ser previamente planejada, de
acordo com os documentos que regem as normas da educação brasileira. Todo
professor carece de imaginação e, quando se trata de um aluno com dislexia,
essa imaginação tem que ser ainda mais criativa. Por isso, utilizar de recursos
visuais como um alfabeto de letras garrafais e coloridas pode ajudar nesse
processo. Outro recurso interessante e eficaz se dá através do lúdico, ora, a
brincadeira estimula a criatividade da criança e mexe com seu intelecto. Sendo
assim, a criança aprende sem perceber que está aprendendo.
Ao longo das linhas que se transcorreram, acredita-se que
foi possível compreender que alunos com dificuldades de aprendizagem como a
dislexia precisam de um cuidado especial, todavia, não pode ser tratado como doença.
O disléxico, como foi levantado, não é doente, por isso não pode ser enxergado
como tal. A dislexia é uma falha na compreensão da linguagem oral, mas não
comunicativa.
Além do tratamento adequado e do acompanhamento mútuo
família-escola, pode-se perceber que a dislexia ainda é muito pouco propagada
e, por esse motivo, é reflexo de preconceitos e discriminação por parte da
população, em geral. Talvez esse fator não aconteça intencionalmente, mas por
falta de conhecimento.
Pois bem, se a escola souber articular informações
suficientes, tendo a mídia como aliada, é possível fazer com que as causas da
dislexia sejam melhores recebidas pela família do aluno portador, ou até mesmo
do adulto não diagnosticado quando criança. Afinal, já se sabe que a dislexia
possui raízes hereditárias.
Então, para que se possa fazer o
tratamento adequado na criança disléxica, é preciso reconhecer os sintomas o
mais cedo possível, logo no início da fase escolar. E é muito importante saber
que a dislexia não é permanente, ela apenas, é uma barreira mais extensa na
busca pelo reconhecimento do cidadão na sociedade.
REFERÊNCIAS
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em leitura. Revista do Departamento de Letras Faculdade de Formação de
Professores. São Gonçalo, v. 8, n. 15, Jan./ Jun, 2008, p. 81-87.
ALIEIRO Jr, Ari Pedro. In: Bentes Anna Christina; Mussalim,
Fernanda. Introdução à linguística:
domínios e fronteiras. Vol. 2. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
AMORIM, Emilla Rafaella. Jogos, brinquedos e brincadeiras no
desenvolvimento da criança disléxica. Disponível em < http://www.crda.com.br/tccdoc/17.pdf
> Acesso em 05 nov. 2014, às 02h 30 min.
Aquisição da Linguagem: considerações
da perspectiva da interação social. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a13v16n2
> Acesso em 10 set. 2014, às 10h14min.
BACELAR, Edilene
Picanço; FERREIRA, Ângela Brito; GARCIA, Leilian dos Santos; PASTANA, Maria do
Socorro Araújo. A teoria piagetiana de
aquisição de linguagem. Disponível em: < http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3367607
>. Acesso em: 02 nov. 2014, às 21h 22min.
COSCARELLI, Carla Viana. A
psicolinguística na sala de aula.
Disponível em: <
www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-psicicilinguistica-na-sala-de-aula/56135922.html
>. Acesso em 17 set. 2014, às 21h30 min.
COSTA, Jessé. Falando sobre psicolinguística: o que é e como funciona. Disponível
em < http://falar-d.blogspot.com.br/2010/10/psicolinguistica-o-que-e-e-como.html
>. Acesso em 02 nov. 2014, às 23h00 min.
DALMÔNICO,
Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia para apresentação de trabalhos
acadêmicos. Joinville: INESA, 2013.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário
escolar da língua portuguesa – Aurélio júnior. 2. ed. Curitiba: Positivo,
2011.
GÓES, Raquel Santos. A música e suas
possibilidades no desenvolvimento da criança e do aprimoramento do código da
linguística. Revista do Centro de Educação à Distância – CEAD/UDESC. Florianópolis, Vol.
2, n. 1, Mai./Jun, 2009, p. 27 –
43.
Psicolinguística em psicopedagogia: uma abordagem conceitual.
Disponível em: <
www.portaleducação.com.br/psicologia/artigos/49763/psicolinguistica-em-psicopedagogia-uma-abordagem-conceitual.
> Acesso em 22 ago. 2014, às 19h50min.
SNOWLING, Maragaret;
STACKHOUSE, Joy. Dislexia, fala e
linguagem: um manual do profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.
[1]
Acadêmica do 4º
semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Ensino
Superior Santo Antônio – INESA.
ResponderExcluirblog superinterssante, vou recomendar para a minha equipe no colegio objetivo zona norte adorei o post, parabéns!
parabens muito bem feito
ResponderExcluirblog recomendável e muito educativo
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