quinta-feira, 17 de março de 2016

Psicolinguista e aquisição da linguagem

PSICOLINGUISTICA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
Anita Helena Schubert¹

RESUMO
Este trabalho consiste em explicar o que vem a ser psicolinguística e a aquisição da linguagem, compreender a importância do estimulo a comunicação para o processo de desenvolvimento da criança. A psicolinguagem é a junção de estudos de psicologia e linguística, onde a psicologia busca entender como funciona o processo da mente humana e a linguística conectando a mente com a linguagem. Chomsky constatou a importância da conexão entre psicologia e linguística, já que as duas buscavam compreender mais uma sobre a outra. A aquisição da linguagem deixa clara a importância da fala com a criança desde cedo e como a criança entende, copia o que esta em sua volta.

Palavras-chave: Psicologia, Linguística, Chomsky, Mente, Linguagem.

1 INTRODUÇÃO
A psicolinguagem é de origem da psicologia da linguagem, sendo a questão central a linguagem e psicologia: relacionamento entre o pensamento/comportamento e linguagem, fazendo conexões entre a linguagem e a mente, onde a psicologia busca explicar como o ser humano  adquire, utiliza, desenvolve e aprende a linguagem.
A psicolinguistica, para aluguns autores, é a definição do processo de codificação e decodificação ao ato de comunicar-se com outro, em que a linguistica trata da “fala”/competecia, e a psicologia trata da performace de quem fala. Ou seja, a linguistica se preocupa com a performace (ato de falar), e a psicologia estuda a performace (como, por que se fala).
A aquisição da linguagem, que tem inicia nos primeiros dias de vida da criança, explica a importância da conversa com o bebê (entendido por muitos como quem não entende nada), e como a presença da fala da mãe marca a criança. Os pais são os primeiros contatos da criança com o mundo real, e cabe, primeiramente, a eles estimular o bebê a produzir sons que possam ser considerados como comunicação.

2 ORIGEM DA PSICOLINGUISTICA
O estudo da psicolinguistica passou a se destacar como autonomo em 1950, antes disto os estudos feitos para a colaboração do assunto eram denominados Psicologia da Linguagem. Neste tempo, os estudos feitos sobre o assunto eram uma tentativa de responder questões sobre a Psicologia e a Linguistica.
Na psicologia, segundo Balieiro (2012, p.203) “os estudos buscavam estabelecer as relações entre a organização do sistema linguistico e a organização do pensamento, através do recurso à teoria e à pesquisa linguistica.” A psicologia, estudiosos, começaram a estudar sobre linguistica com o objetivo de entender o processo da mente humana na aprendizagem, como se é armazanado, organizado os pensamentos que vão ser passados de forma verbal ou escrita para o compreendimento dos outros e de si mesmo.
A linguagem é um sistema, aberto, de regras, onde se pode ser dito a mesma coisa de formas diferentes, exemplo: forma como era falado a séculos atrás e a forma como é falado hoje, muitas vezes dizem a mesma coisa, a diferença é o vocabulário, antigamente era tudo mais formal, sofisticado. Uma habilidade especial do ser humano, propria da linguagem é: significante (som das palavras) e significado (ideia que é passada, podendo ser passada através da fala, imagem, escrita).
No decorrer dos tempos começou a surgir períodos dentro da psicolinguista. No período linguístico, dá-se importância ao discurso e não ao desempenho, este período trabalha bastante com a sintaxe. De acordo com Balieiro (2012, p.207) “A principal tarefa consistia em investigar a realidade psicológica das unidades linguísticas.” Ou seja, a sintática é uma parte importante e necessária da teoria linguista, pois auxilia na compreensão do funcionamento metal do sujeito para que fale uma língua, a língua mãe. No período cognitivo, os cognitivistas acabaram aproximando sua teoria com o que é tratado em psicolinguística e também as ciências cognitivas, o que deu um equilíbrio entre a Linguística e os demais campos, como Psicologia, Antropologia e a Filosofia da Linguagem.
Psicolinguística não se trata de juntar a mente com a língua, mas entender como funciona a mente, como é capturado as informações, como as entende e como poderá transmiti-la. A mente humana não pega as informações para si, de forma egoísta, ela trabalha a informação na mente para a real compreensão e assim passa-la adiante.


2.1 PERÍODO FORMATIVO
A teoria da informação surgiu após a Segunda Guerra, auxiliando nos estudos de psicolinguistica. Os estudiosos Shannon e Weaver explicavam esta teoria através do seguinte esquema:
Fonte→Transmissor/codificador→Canal→Receptor/decodificador→Destinação
Explicado também por Osgood e Sebeok (1954) “processos de codificação e decodificação no ato da comunicação na medida em que ligam (relacionam) estados das mensagens e estados dos comunicadores.” Onde a fonte é quem fala, explica, o transmissor são os códigos falados, neste caso, as palavras, o canal é como é falado (de forma oral, dissertativa, através de imagens), o receptor é aquele o qual esta recebendo a mensagem, esta decifrando a informação que esta recebendo para poder compreender, e a destinação, que representa a quem esta direcionada, quem aquela mensagem pode alcançar.
Quando se fala em códigos não se fala somente de linguagem verbal, mas linguagem corporal, visual, escrita. As manias que são adquiridas no decorrer da vida, são códigos que muitas vezes a pessoa que o faz não percebe que esta fazendo, pois para ela é tudo muito normal, já a pessoa que a observa, que esta recebendo sua informação, percebe e pode vir a pega-lo também. O costume de falar fazendo gestos, mesmo quando a outra pessoa não pode enxerga-lo, são códigos que, muitas vezes, só serem feitos já faz uma outra pessoa, fora do assunto, compreender o que se esta falando com a mesma qualidade que a que ouve.
No processo de interação ente psicologia e linguistica começava a se trabalhar, estudar, como a mensagem era passada (linguistica tratava do estado da mensagem) e como era recebida, compreendida pelas pessoas (psicologia tratava do estado dos comuniadores), principalmente o processo de codificação e decodificação.

3 AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A aquisição da linguagem é o processo que a criança passa para adquirir a fala. Este processo é, geralmente, estimulado pelos pais, mesmo que estes não percebam isto. A criança, nos primeiros anos de vida, passa a produzir sons ao tentar comunicar-se com aqueles que estão em sua volta, ela começa a imita-los e com o passar do tempo vai aprimorando essa imitação surgindo algo mais próximo da fala compreendida por todos.
Os primeiros atos da criança, bebê, que começam a ser elaborados são o conhecimento do corpo, onde a criança começa a buscar saber o que é capaz de fazer, onde ela arrisca movimentos (até involuntários) entender do que é capaz. Logo após o bebê passa a tentar reproduzir sons que não chegam a ser nem perto do que se conhece por palavras, parecem resmungos.
A criança começa a transmitir fonemas de acordo com que recebe e consegue compreender os sons em sua volta. Quando ainda não fala, a criança utiliza breves sons para fazer que compreendam o que ela esta querendo dizer, um exemplo: uma criança de um ano e meio pega um carrinho e ao olhar para um adulto e mostrar o objeto ela não diz “Olha, um carro!”, ela imita um som transmitido pelo carro “Bi bi!” e mostra o objeto.
O primeiro contato que a criança tem com os sons, a fala, é da mãe. Ao nascer, a criança é forçada a chorar e o som que a acalma é a voz de sua mãe, pois lhe é uma voz familiar, uma voz que esteve presente desde seu primeiro mês de vida.
Segundo Scarpa (2012, p.245) “A linguagem, específica da espécie, dotação genética e não um conjunto e comportamentos verbais, é adquirida como resultado do desencadear de um dispositivo inato, inscrito em mente.” O ser humano já nasce com a fala, mas precisa de auxilio, de estimulo para ir desenvolvendo, desencadeando para poder comunicar-se com o outro.
Chomsky argumentava que em curto tempo de vida a criança exposta a falas incompletas, fragmentadas, é capaz de se aprimorar de um conjunto complexo de regras, que é considerado “pobreza de estímulo”. É normal a criança falar coisas curtas, incompletas e trocadas durante certa faixa etária e tempo, e entre elas (que conseguem compreender uma a outra), mas quando a criança vai crescendo e continua com este processo é perigoso, pois se não for trabalhado pode causar problemas para a comunicação da criança (tendo em vista que os demais colegas já não fazem mais isto).
O desenvolvimento motor da criança é tão importante quanto o mental, na verdade, as duas precisam caminhar juntas para que haja um real aproveitamento dos dois. A criança tem que ser primeiro estimulada a movimentar-se e depois falar, cada uma a seu tempo, mas nunca abrindo mão uma da outra. O processo de aprendizagem da criança precisa que as duas coisas andem juntas para um verdadeiro aproveitamento.
A criança passa a conseguir adotar símbolos presentes na sociedade no decorrer do processo de inteligência pré-operatória, compreendendo que a linguagem é uma variação de símbolos, perante o pensamento de Piaget. Contrario ao pensamento de Piaget, diz-se que aquisição é resultado da interação da criança com o ambiente e o organismo, através de absorção, tratando-se da inteligência geral, não como um modo especifico de linguagem.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas feitas pode-se compreender como é importante incentivar as crianças em todos os aspectos, como movimentos, firmar-se, a sons que vão vir a se tornar fala. A mente humana não consegue trabalhar muito bem com repreensão, ainda mais quando crianças, por isso é preciso cuidado ao falar repreendendo a criança para que a mesma não se feche e interrompa o processo de aprendizagem e desenvolvimento. Uma vez interrompendo este processo é perdido tempo da aprendizagem da criança, atrasando as etapas que precisam ser vividas por ela.

 REFERENCIAS
______.Psicolinguística em psicopedagogia: abordagem conceitual. Disponível em: <http://www.portaleducaçao.com.br/psicologia/artigos/49763/psicolinguistica-em-psicopedagogia-uma-abordagem-conceitual>. Acesso em: 22 mar. 2014.
BENTES, Anna Christina; MUSALIN, Fernanda (org.).Introdução a linguística: domínios e fronteiras.8.ed. São Paulo: Cortez,2012.
BORGES, Luciana Cavalcante; SALOMÃO, Nádia Maria Ribeiro. Aquisição da linguagem: considerações da perspectiva da interação social. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a13v16n2>. Acesso em: 10 set. 2014.
COSCARELLI, Carla Vianna. A psicolinguística na sala de aula. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Psicolinguistica-na-sala-de-aula/56135922.html>. Acesso em: 17 set. 2014.
DALMÔNICO, Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia para elaboração de trabalhos acadêmicos. Joinville: INESA, 2013.
GOES, Raquel Santos. A música e sua possibilidades no desenvolvimento da criança são do aprimoramento do código linguístico. 2009.

Jessé. Psicolinguística: O que é e como funciona. Disponível em: <http://falar-d.blogspot.com.br/2010/10/psicolinguistica-o-que-e-e-como.html>. Acesso em: 2 nov. 2014.
MENEGASSI, Renilson José. SILVA, Marilice Pompeu da. Uma abordagem psicolinguística da leitura do texto social. Disponível em: <http://www.escrita.uem.br/escrita/pdf/mpsilva.pdf>. Acesso em: 25 out. 2014.
SILVA, Robson. O que é psicolinguística. Disponível em: <http://robsonjjunior.wordpress.com/2009/02/20/o-que-e-psicolinguistica/>. Acesso em: 1 nov. 2014.



segunda-feira, 14 de março de 2016

A escuta no processo de aprendizagem: a influência da música


A escuta no processo de aprendizagem: a influência da música

Andressa Prestini dos Santos

Resumo

Neste artigo serão discutidos os processos da escuta e será demonstrado o papel que a escola possui neste, e como alguns gêneros podem auxiliar. Temos como exemplos a música, teatro, contação de história, entre outros. Falaremos um pouco da música como subsídio no processo de escuta e de aprendizagem de um indivíduo e os benefícios que a mesma trazem para a criança, essa ferramenta como algo muito agradável depois pode até se tornar um hobbie. A música vem para adaptar os ouvidos a sons mais complexos, saber filtrar sons de um ambiente e os reconhece-los. Ampliar o simples ouvir para o escutar, entender e gerar uma opinião do que os outros estão falando ou seja o que esta sendo escutado. Através dessa escuta e da fala acontece a comunicação que é essencial para a sociedade atual, e ainda a geração de cultura e a transmissão da mesma, este um ponto muito relevante atualmente. Como em todo processo de ensino- aprendizagem a escola esta presente neste, não poderia ser diferente e entra com papel fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem, e para que a mesma tenha uma direção o Parâmetros Curriculares Nacionais trazem um caminho a ser trilhado. Deixar de lado o eurocentrismo e escutar um pouco mais as pessoas ao nosso retorno, para um crescimento.

Palavras- chaves: Escuta; Processo; Influência; Música.

1 INTRODUÇÃO

A escuta pode-se dizer que é o processo de ouvir só que mais refinado, é neste processo que entendemos, geramos sentimentos e gosto pelo o que o outro fala. O escutar e o falar é o principal meio de comunicação da nossa sociedade e é por esse sistema que acontece a transferência de cultura de pessoa a pessoa, de geração a geração.
Na escola gera-se e passa conhecimento, e a cultura é espalhada então ela não pode ficar de fora na construção do conhecimento através da escuta, pois afinal é ela que a suporte e estimula a ampliação do conhecimento e o desenvolvimento da expressividade e o reconhecimento de discursos, saber a maneira de se posicionar.
E uma das ferramentas utilizadas para dar o suporte a escola é a música, mas ela não fica apenas nesse âmbito, afinal que hoje não gosta de escutar uma música de qualidade? E quem determina essa qualidade é apenas quem esta ouvindo, pois ela gera algo único, cada pessoa possui um sentimento pela música, uma interpretação.
E como isso é desenvolvimento, só escutando para que haja um crescimento do conhecimento, pois ela instiga o sentido para novos sons.

2  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 O PROCESSO DA ESCURA

O ouvir e escutar são processos diferentes, o primeiro exerce o sentido da audição sem interpretação e o segundo parte do entendimento do que esta sendo ouvido, prestar a atenção e gerar uma opinião para o que foi dito. De acordo com Ornellas e Associados (2015,p.1) “[...] existe sim uma grande diferença entre escutar o que está sendo dito e ouvir ativamente e, consequentemente, compreender o significado da comunicação.”, são processos diferentes e distantes e estes estão diretamente ligados com a comunicação.
O ouvir como é popularmente dito, mas que estamos falando de um processo mais complexo, que seria o escutar em sentido real, no site Lounge Empreendedor possui um exemplo disso:
Saber ouvir transcende o ato de escutar quem fala; é compreender a pessoa que se expressa; entender a mensagem transmitida; assimilar o que é dito por palavras, atitudes, gestos ou silêncio; perceber a grandeza da essência da comunicação e do diálogo; e alcançar a plenitude do relacionamento humano. Ou seja, é dar e receber informações e emoções. (SABER...2013)
Então seria apenas a expressar “entre por um ouvido e sai por outro”, tem todo um desdobramento que vai de entender gestos até receber emoções. E esse processo todo está presente no diálogo, na comunicação.
Observando as relações podemos perceber que atualmente poucos querem eescutar o próximo e dar atenção ao mesmo, Ornellas e Associados (2015, p.1) traz isso em seu texto “A simples observação das atividades de qualquer pessoa nos mostra claramente que a grande maioria está bem mais preocupada em falar, em se fazer compreender e em persuadir do que em escutar integralmente.”, no mundo individualista que estamos hoje, as pessoas esquecem os outros ao redor e isso esta presente até mesmo na comunicação.
Esse esquecimento de quem esta próximo é preocupante pois quando escutamos e nos comunicamos com alguém estamos gerando cultura, conforme diz Faria (2015, p.2) “A linguagem oral (fala, escuta e compreensão) permeia quase todas as interações estabelecidas pelas crianças em suas práticas sociais. É assim que meninos e meninas se apropriam da cultura escolar, desde o ingresso na instituição.”, e não apenas a cultura escolar, mas a social também, que já vem sendo estabelecida em outros ambientes.
A cultura é transmitida a partir do momento que o processo de comunicação aumenta, e para que isso ocorra é necessária a escuta atenta.  Conforme o texto “A Criança e a Linguagem” extraído de um site
A ampliação de suas capacidades de comunicação oral ocorre gradativamente, por meio de um processo de idas e vindas que envolve tanto a participação das crianças nas conversas cotidianas, em situações de escuta e canto de músicas, em brincadeiras etc., como a participação em situações mais formais de uso da linguagem, como aquelas que envolvem a leitura de textos diversos. (Blog: Educacao Infantil Arroio do Sal, 2011).
E essa comunicação esta presente em muitos momentos de escuta, como por exemplo, nas conversas, na música, na história, e estes estão gerando cultura.
Podemos dizer que “O som é importante no nosso cotidiano. Grande parte do aprendizado envolve escutar a fala dos outros, e muitas pessoas sentem prazer em fazer ou escutar música.” (PARKER,1997,p.28). É muito difícil para as pessoas que não ouvem para se comunicar e por esse motivo ela é importante e podemos ligar essa escuta ao prazer de uma música.

2.2 O PAPEL DA ESCOLA NA ESCUTA

A escola não poderia ficar de fora dessa, afinal ela é o principal ator na formação de cidadãos, estes que escutam e se comunicam com outras pessoas e são geradores de cultura.
Cultura transmitida através da fala, mas que anteriormente passou por um processo de escuta ou de leitura para apropriação do assunto , Elias & Veras (2008, p.3) mostram a importância da fala,
A fala possibilita o desenvolvimento e a atualização na relação com o outro, podendo ser uma grande aliada da escola, pois na medida em que o aluno se expressa por meio da linguagem, a sua atividade intelectual e conseqüentemente sua formação de ideais são desenvolvidas e aprimoradas. Ressaltase que a falta de comunicação interfere negativamente num adequado andamento das interações sociais.
A comunicação, que é escutar e entender e depois a falar, esta diretamente ligado as interações socias e esta última sendo prejudica interfere em todo o processo.
E é por esteve motivo que o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) de língua portuguesa vem dar o suporte necessário para desenvolvimento da escuta em sala de aula, pois muito se preocupa com a fala e deixa-se de lado este processo de escuta.
Para iniciar o processo é necessário ver o que o aluno traz de bagagem e o PCN (1997, p.37) explica que pelo texto do aluno que pode-se verificar isso
O texto produzido pelo aluno, seja oral ou escrito, permite identificar os recursos lingüísticos que ele já domina e os que precisa aprender a dominar, indicando quais conteúdos precisam ser tematizados, articulando-se às práticas de escuta e leitura e de análise lingüística.
Depois de analisar o que o aluno já sabe, deverá ser trabalhado a escuta e a leitura para análise linguística e assim dar suporte e instigar o aluno a aprender. A escola deve ficar atenta aos gêneros que os alunos conhecem e até mesmo tem acesso, afinal a linguagem oral quase todos tem definida
Já que os alunos têm menos acesso a esses gêneros nos usos espontâneos da linguagem oral, é fundamental desenvolver, na escola, uma série de atividades de escuta orientada, que possibilitem a eles construir, progressivamente, modelos apropriados ao uso do oral nas circunstâncias previstas. (PCN, 1997, p.68).
A escuta orientada que deve ser desenvolvida na escola vem para construir o uso apropriado da linguagem oral, ou seja, todos nos quando chegamos na escola sabermos falar porem nem sempre de maneira adequada para certas ocasiões.
Assim gera um processo conforme o Parâmetros Curriculares Nacionais (1997,p.40),
Organizados em torno do eixo USO ->REFLEXÃO ->USO e reintroduzidos nas práticas de escuta de textos orais e de leitura de textos escritos, de produção de textos orais e escritos e de análise lingüística, os conteúdos de Língua Portuguesa apresentam estreita relação com os usos efetivos da linguagem socialmente construídos nas múltiplas práticas discursivas. Isso significa que também são conteúdos da área os modos como, por meio da palavra, a sociedade vem construindo suas representações a respeito do mundo. Não há como separar o plano do conteúdo, do plano da expressão. O trabalho desenvolvido a partir dos temas transversais (Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo)17 demanda participação efetiva e responsável dos cidadãos, tanto na capacidade de análise crítica e reflexão sobre os valores e concepções veiculados quanto nas possibilidades de participação e de transformação das questões envolvidas
Apesar de estar exibido no PCN de língua portuguesa, a escuta, a linguagem oral são processos que estão presentes em todos os campos, que chamamos de temas transversais, e que juntos neste mecanismo formam cidadãos críticos, reflexivos e formadores de cultura através dos valores apresentados, “assim batemos novamente na mesma tecla” a fala a escuta como geradores de cultura.
Para que ocorra essa geração de cultura é necessário a evolução dos conhecimento e assim da escuta e da linguagem oral e a atividade de,
uma prática constante de escuta de textos orais e leitura de textos escritos e de produção de textos orais e escritos, que devem permitir, por meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a expansão e construção de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar sua competência discursiva.  (PCN,1997,p.27)
A expressão popular não fica longe disso, é praticando que se aprende, é exercitando que se melhora, e assim o professora/ a escola devem criar instrumentos que envolvam esses gêneros para que o aluno amplie seus conhecimentos, sua maneira de falar e de escutar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais vem para nos mostrar que é para:
[...] utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e produção de textos escritos de modo a atender a múltiplas demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e considerar as diferentes condições de produção do discurso; p 27
Para assim estar preparado para diversas situações do cotidiano, a ocasião e a maneira certa de falar e através dos temas transversais as situações de nossa sociedade, pois trazendo situações da sua área de convivência ela liga com a realidade e aprende mais fácil.
Com todos esses meios que a escola procura para que o aluno tenha um processo de escuta, de fala , de comunicação, entre outros o PCN traz alguns pontos que espera que o aluno aprenda
No processo de escuta de textos orais, espera-se que o aluno:
• amplie, progressivamente, o conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais envolvidos na construção dos sentidos do texto;
•reconheça a contribuição complementar dos elementos nãoverbais (gestos, expressões faciais, postura corporal);
• utilize a linguagem escrita, quando for necessário, como apoio para registro, documentação e análise;
• amplie a capacidade de reconhecer as intenções do enunciador, sendo capaz de aderir a ou recusar as posições ideológicas sustentadas em seu discurso. (PCN, 1997,p.49).
São expectativas que a escola gera, mas que algumas vezes infelizmente não são alcançadas e por isso que ela deve procurar gêneros que a criança se interesse e faça parte de sua vivencia. Podemos ter um exemplo no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, onde a prática é organizada de maneira que as crianças desenvolvam tal capacidade, assim,
utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva.(RCNI,1998, p.63).
Trazendo essa prática para a realidade, a criança aprende mais fácil e de modo prazeroso e todas essas linguagem tem algum tipo de benefício para o desenvolvimento e crescimento.

2.3 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM

Anteriormente foi visto o processo da escuta e como ela é importante para a comunicação, para a geração de cultura e outros aspectos. Também foi apresentado o papel da escola no processo da escuta onde esta presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais e posteriormente exemplos de linguagens presente no RCNI para ser trabalho para o desenvolvimento de habilidades.
A música como um meio de desenvolvimento de linguagem, também  é de escuta e para GATTI (2012, p.23), “Em contato com outros ambientes a criança passa a perceber o que ela também escuta e não somente o que ela enxerga gerando assim outra influência em seu desenvolvimento”, ao escutar música a criança acaba desencadeando a aptidão de reconhecer sons distintos , ela aperfeiçoa a sua audição, selecionando o que lhe é importante, ou o que gosta de ouvir.
Para GARCIA & SANTOS (2012) a ação de ouvir música não se limita apenas a isso,
A música tem sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e motor despertando a criatividade. Cada criança ao escutar uma melodia, interpreta-a de forma única e pessoal. Além da forma de internalização, inversamente, a música fornece, também subsidio para externalizar sentimentos.
A música é algo subjetivo, cada um escuta e a interpreta de uma maneira e consequentemente possui uma sensação, e sente algo único, assim se torna um hobbie e a pessoa começa a escutar o que lhe faz bem.
Mas antes de fazer a sua escolha, existe um processo que para SILVA &  RICCI & ONGARO (2006, p.2),
A criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os fenômenos sonoros e com o som. Quanto maior for a sensibilidade da criança para o som, mais ela descobrirá as suas qualidades. Portanto é muito importante exercitá-la desde muito pequena, pois esse treino irá desenvolver sua memória e atenção.
A audição é algo muito sensível então é necessária a criança se acostumar com os sons, e conforme a sua percepção ela vai descobrindo novos sons e através desse processo ela desenvolve atenção e exercita a memória. Estes mesmo autores ONGARO & RICCI & SILVA (2006, p.3), vem ressaltar a importância da musica para a criança,
A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida.
A música traz algo bom para as pessoas e por isso podemos dizer que é real ou concreta, depende do momento e do pensamento de quem esta ouvindo. Na escola ela vem como ferramenta para auxilia da aprendizagem de maneira didática, que vem ampliar, facilitar e ainda fazer o aluno refletir e ser ativo, afinal quem ignora uma música? Seja o fato de ouvir ou escutar e vestir o personagem.
Estão para que a criança se torne um cidadão gerador de cultura, uma pessoa critica e que colabore para p crescimento da sociedade todos nos sabemos que devemos ensinar desde cedo e isso acontece com a música também e a trajetória pode ser longa, “[...]o primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará em posição de escuta.  (DUCORNEAU, 1984, apud SILVA &  RICCI & ONGARO,2006), então vamos ensinar as nossa crianças a escutar, seja o que os outros fala,  um texto que é lido ou uma música de qualidade e incentivar o crescimento desta escuta, para gerarmos pessoas melhores.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação é fundamental para o indvíiduo e para cultura também, e para que isso ocorra devemos ter muito bem definido a importância da escutar  e todos os benefícios que ela pode nos proporcionar.
Assim devemos escutar mais o outro, prestar a atenção em sua fala, para daí gerar uma opinião e posteriormente ser a sua vez de falar, esse entender não se trata apenas do som que sai de sua boca e mas o gestos que faz enquanto se comunica.
A escola tem papel fundamental nesse processo, pois é nela que são desenvolvidas as maiores habilidades e o sistema esta pensando na escuta para termos uma noção de como é indispensável o uso correto desta função do corpo humano.
E por que não tornar esse desenvolvimento agradável para as pessoas envolvidas, afinal onde tem música não tem pessoa triste. Todos nós já escutamos musica e sabemos o sentimento que ela pode nos promover e estudando aprendemos que em uma ação prazerosa não é só a sensação que esta envolvida para a seleção de sons que temos no ambiente, a criticidade e muitos outros aspectos.
Então mesmo depois de crescido, pratiquemos o ato de escutar e aperfeiçoe ele com a música, pois os ganhos serão incomparáveis!

REFERÊNCIAS

A criança e a linguagem. (2011) Disponível em: <http://cursodeeducacaoinfantil.blogspot.com.br/2011/01/crianca-e-linguagem.html>. Acesso em: 27 out.2015.

DALMONICO, Vilde Luzia;  FERREIRA, Reginaldo Jose; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia acadêmico. Joinville: INESA, 2013.

ELIAS, Gizele G. Parreira; VERAS ,Mariana Oliveira. Psicologia escolar: abrindo espaço para a fala, a escuta e o desenvolvimento interpessoal. (2008). Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672008000200005> Acesso em: 27 out.2015.

FARIA , Vitória Líbia Barreto de. Aquisição da linguagem oral e da linguagem escrita pela criança. (sem data). Disponível em: <http://sites.aticascipione.com.br/letramento/pdf/tema03.pdf> Acesso em: 27 out.2015.

GARCIA, Vitor Ponchio; SANTOS, Renato dos. A importância da utilização da música na educação infantile. (2012). Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd169/a-musica-na-educacao-infantil.htm> Acesso em: 28 out.2015.


GATTI, Ruana. A importância da música no desenvolvimento da criança. (2012) Disponível em: < https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CCIQFjAAahUKEwjmzZ-0mObIAhWHqR4KHdKbD2s&url=http%3A%2F%2Fwww.cneccapivari.br%2Flibdig%2Findex.php%3Foption%3Dcom_rubberdoc%26view%3Ddoc%26id%3D536%26format%3Draw&usg=AFQjCNG-MYq-tEE9AtCFUNLn3XpyngLh8g&sig2=gKbQRRANSOSy0mqyf_ba2g&bvm=bv.106130839,d.dmo > Acesso em: 28 out .2015.

ORNELLAS E ASSOCIADOS. Processo da comunicação. (sem data) Disponível em: <http://www.jfpr.jus.br/arquivos/office/9a42a7868dd9383d62a6c1ea7fcac23a.pdf. >Acesso em: 27 out.2015.

PARKER, Steve. O ouvido e a audição. 3.ed. São Paulo: Scipone,1997.

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RCNI. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 1.ed. Brasília, DF,1998.

Saber ouvir. (2013) Disponível em: <http://loungeempreendedor.com.br/2013/04/22/saber-ouvir/>. Acesso em: 27 out.2015.

ONGARO, Carina de Faveri; RICCI ,Sandra Mara; SILVA, Cristiane de Souza. A importância da música na aprendizagem. (2006). Disponível em: < http://www.meloteca.com/musicoterapia2014/a-importancia-da-musica-na-aprendizagem.pdf> Acesso em: 29 out.2015






A INFLUÊNCIA DA ORALIDADE NA ALFABETIZAÇÃO

A INFLUÊNCIA DA ORALIDADE NA ALFABETIZAÇÃO

Carolina Pereira Dias de Albuquerque[1]
Resumo

O presente artigo busca analisar o uso da linguagem oral de maneira influente na alfabetização. Tendo em vista que a linguagem é algo individual e formada  a partir do meio social, compreendemos algumas dificuldades na relação entre a oralidade e a aquisição da escrita. O aluno deve ser visto como ser único, dentro de sua construção social, é nisso que temos o uso da língua como relevante no processo de ensino aprendizagem. Objetiva-se demonstrar as práticas de alfabetização, levando em conta o uso da oralidade em seu desenvolvimento. Apresenta as diferenças entre língua e linguagem, abordando algumas dificuldades da mesma em seu desdobramento. Salienta ainda a participação da família e escola nesse processo de transição para o aprendizado. São abordados exemplos de práticas que levam a um bom resultado quando se tem a oralidade como aliada dentro das etapas da alfabetização. Assim, do ponto de vista da linguagem, se assume o pressuposto que a alfabetização deve percorrer sobre elementos significativos para ela, onde a linguagem oral se torna fundamental.

Palavras-chave: Oralidade, linguagem, escola, alfabetização, dificuldade.

1 INTRODUÇÃO

Compreendendo a importância da linguagem oral como meio social, objetiva-se demonstrar as dificuldades que permeiam o caminho entre a fala e a escrita. O conhecimento e a aprendizagem nunca foram tão valorizados como atualmente, portanto, seus meios de aquisição estão exigindo um repensar sobre seus processos educacionais.
A linguagem oral tem valiosa influência no decorrer de toda vida escolar da criança, assim, dificuldades no aprendizado proveniente de problemas de fala devem ser logo identificados pela escola. A interação entre a escola e a família é de grande significância no intuito de auxiliar o aluno nas suas dificuldades de fala e expressão oral, pois quando essa é identificada o processo de flui consideravelmente.
O aluno traz consigo uma bagagem única, e dentro dela suas riquezas culturais como também suas dificuldades, as quais devem ser bem trabalhadas pelo professor. Cada vez mais se fala tem ter o aluno como autor no cenário da aprendizagem, deste modo, não pode-se deixar de valorizar a sua cultura, seu conhecimento de mundo.
A preocupação com o conhecimento integral do aluno leva-nos a ressaltar a oralidade como ferramenta fundamental na formação de indivíduos ativos, pensantes, progressista. Para que se chegue a esse objetivo é importante ter um planejamento que envolva toda a turma em um aprendizado humanizado trazendo a linguagem oral como instrumento valioso no saber.
                                                                                                  
2  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 LINGUAGEM: A FALA DENTRO DA CONSTRUÇÃO SOCIAL
Temos por conceito de linguagem segundo o dicionário Aurélio,Ferreira (2004, p.582) “expressão do pensamento pela palavra escrita, ou por meio de sinais.” entende-se que a linguagem é a forma diversificada de como expressamos nosso pensamento. A língua ou fala, é a forma mais utilizada nessa expressão, sendo naturalmente influenciada pelo meio em que vivemos.
 Conforme Coelho & José (1990), percebemos a linguagem muito antes do surgimento da fala, pois a criança ainda muito pequena comunica-se através de gestos, mímicas. Ainda antes da aquisição da fala, ela compreende muitas palavras, mesmo sem poder articulá-las. Então quando a criança começa a se utilizar da fala esta adquirindo uma ferramenta de grande valor, imprescindível a sua integração social.
         A linguagem oral é o instrumento que propicia a interação entre os indivíduos, assim ela pertence a todos os membros de uma comunidade; um único membro não é capaz de modifica-la, ela evolui pelo meio social, político, tecnológico e histórico das gerações através de seus usos e costumes. Percebendo assim sua importância (John B. Carrol apud Coelho & José,1990, p. 35)  cita:
A função da linguagem na comunicação interpessoal é transmitir informação, pensamento e sentimento de uma pessoa para outra e fornecer os meios para que as pessoas controlem o comportamento umas das outras.
Assim podemos perceber a importância de um bom desenvolvimento da linguagem oral que quando não ocorre pode provocar problemas em relação ao meio em que se vive e também no decorrer da alfabetização.

A oralidade continua na moda. Parece que hoje redescobrimos que somos seres eminentemente orais, mesmo em culturas tidas com amplamente alfabetizada. É, no entanto, bastante interessante discutir melhor sobre o lugar da oralidade hoje,seja nos contextos de uso da vida diária ou nos contextos da vida escolar. MARCUSCHI (1997,p.125 )
A linguagem deve ser promovida a fim de que a criança possa usá-la de forma cultural e social, expressando seus pensamentos, decodificando o mundo, trazendo-o para a sua realidade com fins de transformação do seu próprio meio.

2.2 DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO ORAL E SUA INFLUÊNCIA NA ALFABETIZAÇÃO.

Percebe-se que muitas crianças demonstram dificuldades na sua expressão oral, que pode advir de diversas hipóteses. Contudo, então quando o período de alfabetização é iniciado deve-se levar em conta esses fatores e o professor deve estar atento, tomando conhecimento dos principais problemas que o aluno pode demonstrar no desenvolvimento de sua oralidade. Nesse sentido abordaremos alguns desses motivos:
          Transtorno fonológico 
·                    Ocorre um atraso na aquisição dos sons/fonemas da língua ou aquisição desviante.
·                    Produção atípica dos sons da fala, omissões, substituições ou adições.
·                    Histórico familiar.
Gagueira de desenvolvimento
·                    Surgimento entre 2 e 3 anos.
·                    Caracterizado por rupturas (disfluências) na fala, como repetições de sons e sílabas, bloqueios e prolongamentos.
·                     Movimentos associados.
·                    Histórico familiar.
           Alteração no desenvolvimento da linguagem oral
·                    Sem causa aparente.
·                    Podem-se observar atraso ou distúrbio no desenvolvimento da linguagem.
·                     A alteração pode ser na expressão e/ou recepção da linguagem.
·                    Caracteriza-se por vocabulário pobre, dificuldade na combinação de palavras para formar frases, uso inadequado da linguagem, sintaxe pouco estruturada, dificuldade de compreensão, alterações gramaticais, fala ininteligível, dificuldade com conceitos abstratos e figurativos.
·                     Histórico familiar para alteração no desenvolvimento da linguagem oral e/ou escrita.
·                    Excluem-se perda auditiva, impedimentos no desenvolvimento cognitivo e no desenvolvimento motor da fala, distúrbios socioemocionais, sintomatologia neurológica manifestada.
Alteração no desenvolvimento da linguagem escrita
·                    Pode estar relacionada à alteração no desenvolvimento da linguagem ou ao transtorno fonológico.
·                     Pode representar atraso no desenvolvimento ou distúrbio.
·                    Caracteriza-se por alteração na escrita de palavras, dificuldades na elaboração e compreensão escrita.
·                    Alteração neurofisiológica.
·                    Observam-se falha no processamento fonológico (memória operacional, consciência fonológica e acesso rápido às representações no léxico).
·                     Pode estar associada à alteração no processamento visual e auditivo e ao transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. - Inclui dislexia, disgrafia, disortografia e distúrbios de leitura e escrita.
·                    Histórico familiar para alteração no desenvolvimento da linguagem oral e/ou escrita. (MARTINS & PRATES, 2011, p. 58)
Quando o professor consegue observar essas dificuldades em seus alunos, ele tem a autonomia para buscar ajuda para o mesmo e também de se preparar pra auxiliá-lo.
Levar o aluno a pensar e buscar informações para o seu desenvolvimento educacional, cultural e pessoal é uma das tarefas primordiais e básicas da educação. Para tanto é primordial que se leve em consideração as dificuldades de aprendizagem, não como fracassos, mas como desafios e serem enfrentados, e ao se trabalhar essas dificuldades, trabalha-se respectivamente a dificuldades existentes na vida, dando- lhes a oportunidade de ser independente e de reconstruir-se enquanto ser humano e indivíduo. (AMARAL, 2011, apud COUTO, FRANÇA & SILVA,2012, p.18).
Essa dificuldade vem influenciar diretamente na alfabetização e cada vez mais os professores estão deparan-se com situações, problemas na aprendizagem em relação a linguagem oral. Um problema de linguagem pode ser verificado em uma criança quando o mesmo interfere na sua comunicação, deixando a mesma tímida e insegura ao falar. Conforme Coelho & José (1990) deve-se ter cuidado para não confundir uma pobreza no vocabulário, deficiência de pronúncia com verdadeiro distúrbio de linguagem, pois a criança ainda esta em desenvolvimento mental, social e físico.

2.3 O PAPEL DO PROFESSOR NA INTEGRAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL COM A ESCRITA

A criança se apropria primeiramente da fala para posteriormente se alfabetizar, então a diferença existente entre ambas deve ser bem trabalhada para que facilite o processo de transição. Para Coelho & José (1990), a alfabetização só pode ser iniciada quando a criança é capaz de pronunciar todos os sons da língua e as que não têm um bom repertório verbal podem apresentar problemas na compreensão dos textos.
Segundo Zellacoração (2009) a fala e a escrita se diferem, onde a escrita não é meramente uma reprodução da fala. Assim para a criança em processo escolar essa diferença é muito intrigante, por isso, deixar esclarecido pra ela quais são essas diferenças é algo indispensável desde o inicio.  ROMANO ( 2011 ) traz que:
A língua falada é mais livre, podemos utilizá-la com mais liberdade, sendo mais espontânea. A língua escrita evita a improvisação, sendo necessário o uso de letras e sinais de pontuação, sempre seguindo regras ortográficas e gramaticais.
As regras gramaticais que o professor irá passar para o aluno no momento da alfabetização é que vai trazer aos poucos essa integração entre a oralidade e a escrita. Ai então se inicia o processo onde família e escola devem estar junta para que ocorra da melhor forma possível.
Um dos grandes desafios para um professor alfabetizador é trabalhar com alunos que apresentam dificuldades de aprendizado. Se referindo ao aluno, Lacerda & Machado (2009, p.2) comentam que:
Ele é um membro da sociedade como qualquer outro sujeito, tendo caracteres de atividade, sociabilidade, historicidade, praticidade”.   Partindo desse olhar individual, é que o professor tem que desenvolver sua práxis, atendendo cada sujeito em sua singularidade, interagindo com o aluno, tentando suprir suas dificuldades na aprendizagem.

Diante desse conceito de que o aluno é membro da sociedade, deve fazer parte do trabalho docente vê-lo dessa maneira, conhecer também sua história e família, sendo que assim muitas questões referentes a ele serão esclarecidas. Segundo Coelho & José (1990) o aprendizado da fala na criança é natural, vem do meio regional em que vive, e essa fala deve ser trabalhada pelo professor através de atividades pedagógicas que possam desenvolver sua leitura e escrita.  
Quando se fala em trabalhar a linguagem oral não se pode pensar em corrigir “erros” nas falas tradicionais das crianças, mas utilizar-se dela pra uma prática mais significativa dentro da alfabetização. Conforme o PCN (1997) para uma criança expressar-se oralmente ela necessita de um ambiente que lhe traga confiança, que respeite o seu modo de falar e o seu direito de fala, que valorize a sua diferença. Assim, o professor precisa produzir na criança uma autoconfiança, demonstrando seu interesse pelo mesmo, encorajando–o a desenvolver atividades propostas, dando-lhe apoio, reconhecendo-o sempre que merecer.
Se utilizar de atividades que promovam o uso da linguagem oral é uma prática indispensável, nessa perspectiva Leal (1987, p.22) diz que, “Deve-se trabalhar as suas formas de representação, buscadas bem no fundo do seu ser. Deve-se trabalhar as suas linguagens”. O aluno se expressa, na maioria do tempo, através da linguagem oral é assim que ele consegue expor seus sentimentos mais sinceros, sentimentos esse que devem ser conhecidos por seu professor. A sensibilidade que o professor deve ter durante o seu planejamento pedagógico precisa abranger todos os seus alunos, onde, aqueles que têm dificuldades maiores no uso da linguagem oral merecem participar ativamente de toda proposta.
O trabalho em sala de aula pode ser feito de várias maneiras, inicialmente pode-se realizar rodas de conversas, sobre variados assuntos. Com alunos de segundo ano, por exemplo, pode-se trabalhar também a autobiografia, onde cada um deve pesquisar e apresentar sua própria história para a turma. Exercícios como esses levaram o aluno a desenvolver a oralidade, ter mais confiança demonstrando assim suas fragilidades nesta linguagem.

 Eleger a língua oral como conteúdo escolar exige o planejamento da ação pedagógica de forma a garantir, na sala de aula, atividades sistemáticas de fala, escuta e reflexão sobre a língua. São essas situações que podem se converter em boas situações de aprendizagem sobre os usos e formas da linguagem oral: atividades de produção e interpretação de uma ampla variedade de textos orais.reflexão sobre os recursos que a língua oferece para alcançar diferentes finalidades comunicativas. PCN ( 2002, p. 49)

Priorizar o atendimento pedagógico global e humanitário a fim de desenvolver a linguagem oral, será de extrema importância no desenvolvimento da alfabetização. A dinâmica do professor deve ser voltada para a reflexão, envolvendo todos os alunos a fim de promover diversas situações de aprendizagem.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando a criança inicia sua vida escolar ela traz consigo o domínio de uma fala peculiar desenvolvida em seu meio familiar e social. Observou-se assim que cabe a escola trazer a oralidade para o campo de aprendizagem, deixando de lado o preconceito e envolvendo todos nesse processo.
As dificuldades de fala do aluno devem ser identificadas pelo professor, pois quando esses impedimentos são resolvidos há maior facilidade no relacionamento, propiciando um melhor aprendizado. Vimos assim a família como ferramenta ajustada no envolvimento de todo andamento educacional.
A proveniência do uso da oralidade na sala de aula mostrou-se como contribuinte eficaz e instigante no que diz respeito à influência dentro do encadeamento que envolve a alfabetização. Deste modo notou-se que tanto os docentes como os discentes, deveram de maneira primordial atuar na construção do conhecimento dentro da escola.
Compreender o uso da oralidade como ferramenta de interação, abri caminhos para novas reflexões, fazendo com que possamos propiciar aos alunos sucesso na sua busca futura por um melhor espaço na sociedade.


REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: Ed.2, 1998.
DALMÔNICO, Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia Para Apresentação de Trabalhos Acadêmico. Joinville, 2013.
COUTO, Íris Cintra. FRANÇA,Juliana Alves; SILVA, Ana Flávia Violini;
 PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM. 2012. Disponível em : http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:gjAP4q8nHfgJ:periodicos.unifacef.com.br/index.php/rel/article/download/562/487+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em 22 out 2015

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: O Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.

JOSÉ, Elizabete Assunção e COELHO, Maria Tereza. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 1990
LACERDA, Caroline Cortês &  MACHADO, Katiusci Lehnhard .                                                                                                                                  O papel da escola e educadores diante dos problemas de aprendizagem.. Partes : São Paulo,2009. Disponível em: http://www.partes.com.br/educacao/papeldaescolaeeducadores.asp. Acesso em: 25 out 2015.

LEAL, Antônio. Fala Maria Favela. São Paulo: Ática, 1987.

MARCUSCHI, Luíz Antônio. Oralidade e Escrita. Signótica: Goiás, 1997.
MARTINS , Vanessa de Oliveira.PRATES Letícia Pimenta Costa Spyer. Distúrbios da fala e da linguagem na infância. Belo Horizonte, 2011. Disponível em: http://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/disturbiofalaeimagem8periodo_21_08_
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ROMANO, Bianca Ibanhes. Lingua Falada X Lingua Escrita. 2011.Disponível em: http://bianca-ibanhes.blogspot.com.br/2011/09/lingua-falada-x-lingua-escrita.html. Acesso em 21 out 2015.

ZELLACORAÇÂO. Diferenças entre Oralidade e Escrita. 2009. Disponível em: https://zellacoracao.wordpress.com/2009/08/19/diferencas-entre-oralidade-e-escrita/. Acesso em: 23 out 2015.



[1]Acadêmica da sexto período do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Instituição de Ensino Superior Santo Antônio – INESA.