quarta-feira, 9 de março de 2016

A HISTÓRIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DE BONS LEITORES


            Edna Pereira Barbosa[1]


RESUMO

Este artigo propõe levar ao leitor conhecer os motivos e as mudanças que ocorreram em torno da formação de leitores e produção literária sobre a história da leitura no Brasil com o objetivo de compreender as dificuldades dos estudantes do ensino fundamental, no campo da compreensão e interpretação de textos. Aborda questionamentos pertinentes a história da leitura, sua origem, seus escritos na linha do tempo, e algumas concepções no contexto escolar. Para isto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a partir de livros disponibilizados em biblioteca. Dessa forma, espera-se que esta pesquisa possa contribuir para auxiliar na formação de bons leitores na atualidade.



Palavras-chave: Leitura. História. Formação. Estudante. Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

            Diante de pesquisas, provas e exames de vestibulares divulgados pelos canais de comunicação, a prova de língua portuguesa e de redação têm apresentado resultados negativos e preocupantes para os professores de língua portuguesa e os demais profissionais da área de educação. Tais fatos, revelam que alguma atitude precisa ser tomada, visto que, a escola tem a responsabilidade de ensinar e promover ações para estimular seus estudantes ao hábito da leitura.
            Com o desenvolvimento econômico novas profissões no Brasil e no mundo, foram surgindo e o mercado de trabalho cada vez mais exigente e seletivo, procura pessoas com capacidade para liderar e inovar. Dessa forma, as famílias tiveram que adaptarem-se a um estilo de vida cada vez mais acelerado, em consequência disso, o cansaço do dia a dia, entre o trabalho e outros afazeres reduz o tempo dos pais em assistirem melhor a vida escolar de seus filhos, deixando-os a cargo da escola toda a responsabilidade de ensinar e educar.
            Consequentemente, ao cumprir seu papel, a escola como um centro de conhecimentos e encontros de diversas culturas, estará aberta a explicações inerentes aos seus formandos perante a sociedade.
            Então, a partir destes fatos, este artigo objetiva compreender quais as razões que levam os estudantes do ensino fundamental a terem tantas dificuldades no campo da leitura. Em razão destes fatos, uma pesquisa bibliográfica foi realizada para entender como acontece a leitura no contexto escolar por meio da história da leitura.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 BREVE HISTÓRICO DA LEITURA

            Na década de 1970, a história da leitura tornou-se uma área favorável de estudos, voltada para a origem da historiografia desenvolvida na França e passou a ser conhecida como nova história.
            A partir dessa “nova história” ou nova história cultural, surgiu então, o interesse por novos objetos de estudos, novas abordagens e novos problemas para a História. A “prática da leitura” foi um desses novos objetos, visto que, comparada às várias épocas da história humana, tal objeto foi transformando-se conforme o modelo social de cada época. (FERNANDES, 2013).
            A história das práticas de leitura tem estreita relação com a história dos suportes de acomodação da escrita. Tais suportes, são notados desde as tabuinhas de escrita cuneiforme na Idade Antiga, até chegar na escrita virtual por meio dos computadores na atualidade.
            Ao abordar um tema tão complexo como a leitura, é importante ressaltar alguns pontos básicos que levam à formação de bons leitores. “um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho de deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente”. (PCN, 1997, p.54).

            Desse modo, o professor deve esforçar-se para conduzir os seus alunos com práticas efetivas de leituras diversificadas. Pressupõe-se que a partir de ações pedagógicas bem planejadas pelo professor do ensino fundamental, com relação aos exercícios de leitura com base em diversos tipos de textos e de forma continuada, tornando uma rotina em sala de aula.

2.2 QUEM É O LEITOR?

            Sua história começou com a expansão da impressa e desenvolveu-se pela ampliação do mercado do livro, à difusão da escola, à alfabetização em massa das populações urbanas, à valorização da família e também, à necessidade da ideia de lazer. “Ser leitor, enquanto pessoa física, é função social, para qual direcionam ações individuais, esforços coletivos e necessidades econômicas” (LAJOLO & ZILBERMAN, 1999, p.14)
            A história do leitor teve início na Europa, aproximadamente, no século XVIII. Neste período, a impressa de obras escritas deixa de ser um trabalho quase artesanal e fiscalizado pelo governo por meio a lei, ao determinar o aparecimento ou não de livros. Em consequência disso, torna-se uma atividade empresarial, com fins lucrativos e uma tecnologia mais barata com resultados rentáveis cada vez maiores. (LAJOLO, 1999)
            A partir desse episódio, o negócio de livros começa a realizar-se por conta de uma clientela capaz de consumir livros, ou seja, pessoas que dominavam a habilidade de ler, fato este que adveio do fortalecimento da escola e do ensino.
            Só em 1840, no Rio de Janeiro, sede da monarquia brasileira, começou a surgir alguns traços necessários para a formação e fortalecimento de uma sociedade leitora: eram vistos recursos mínimos de produção e circulação da literatura, como tipografia, livrarias e bibliotecas. A escolarização era precária, porém já havia movimento de manifestação para melhoria. (ZILBERMAN, 1999, p.15).
            Percebe-se pelo decorrer da história, que os escritores daquela época, já utavam para conquistar o público e planejar o espaço para as suas obras crescerem e multiplicarem-se.
            Diante desse breve histórico, ver-se claramente, as dificuldades enfrentadas pelos escritores e autores de obras literárias, dos séculos passados ao lutarem por um espaço para exposição de suas obras, visto que, tinham de fazer um trabalho de persistência e paciência para conscientizar uma sociedade do valor que tem em obter conhecimentos através da leitura. Hoje, na atualidade, ainda há muito o que fazer para em relação aos problemas e desafios quando o assunto e leitura e formação de bons leitores para que possa constituir-se uma sociedade mais evoluída intelectualmente.

2.3 O QUE É LER?      

            Cabe à escola, desenvolver a atividade de leitura para a formação de seus alunos. Como atividade fundamental, a leitura, requer empenho e esforço de todos envolvidos para alcançar o sucesso do aluno em tornar-se um bom leitor.
          Concordo com Cagliari (2007, p.149), quando diz que “ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonéticos”.
            Segundo Barbosa (1994, p.133), ler é avançar ao longo do texto por saltos e fixações breves, nas quais se apreendem as informações. Tal apreensão será maior ou menor, dependerá da qualidade do “saber ler’ daquele leitor, do seu interesse, do seu conhecimento com o assunto do texto.
            Na concepção de Barbosa (1994) a significação do texto escrito deve ser dominada pelo leitor através da oralidade, ao vislumbrar o significado das palavras escritas em diversos contextos, utilizará a mesma estratégia, a sonorização da escrita.

2.4 AS CONCEPÇÕES DA LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR
           
            Palestras e pesquisas oportunizam e trazem questões que abrem espaços para questionamentos e esclarecimentos entre os professores, quando participam de palestras e eventos afins, queixam-se: “Os meus alunos não gostam de ler”. “Por que essa realidade”?

De acordo com Kleiman (2013, p.21) a leitura, toma lugar cada vez menor no cotidiano do brasileiro à pobreza no seu ambiente de letramento (qualidade do material escrito com o qual ele tem contato), à formação precária de muitos profissionais da escrita que não são leitores, tendo, no entanto, que ensinar a ler e a gostar de ler.

            A leitura como tarefa em sala de aula, é tida pela maioria dos alunos como sendo muito difícil. Pois ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem o que não consegue ver o sentido. Para a maioria, a leitura não é aquela atividade aconchegante do lar, num lugar preferido, que permite ao indivíduo sonhar, esquecer e entrar noutros mundos. Do contrário, são lembranças de modelos de cópia maçante para a criança procurar até cansar e encontrar as palavras solicitadas pela professora e com a ajuda da família, procurar fazer a lição muitas vezes com dificuldade, e por causa desses entraves, a criança termina por não descobrir o prazer de ler.
            Então, como diz Kleiman (2013, p.21) para formar leitores, é preciso ter paixão pela leitura, e essa se baseia no desejo e prazer.

2.4.1 A leitura como avaliação:

            É um tipo de leitura que inibe, ao invés promover a formação de leitores.
            Essa prática é utilizada nas primeiras séries, com a preocupação de aferir a capacidade de leitura em voz alta, praticada pelos alunos. A prática é justificada porque permitiria ao professor “perceber se o aluno está ou não entendendo”. Diferente da leitura em voz alta, com o objetivo de apreciação estética da linguagem.
            Cabe ao professor verificar com a melhor atitude nesse momento da avaliação, para não cometer enganos e prejudicar o seu aluno. Entender, que o aluno precisa ser orientado sempre e não tratado sozinho como o único culpado do deu fracasso escolar.
            A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. “A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma” (CAGLIARI, 2007, p. 148).


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Com base em leituras realizadas sobre o tema a história da leitura e as concepções no contexto escolar, percebe-se que além dos esforços até então empenhados, há muito o que fazer na área da educação, especialmente na fase da alfabetização e letramento. Por essa fase ser a mais importante de aprendizagem significativa para o aluno a nível de ensino fundamental, espera-se que todos os professores participantes do processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar, entendam que é de responsabilidade de todos os profissionais da área da educação, conduzir com empenho os alunos no caminho para o sucesso na formação de bons leitores os quais passarão a participar em diversos segmentos da sociedade.


4. REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística. 10 ed. Scipione, São Paulo/SP, 2007.

DALMÔNICO, Vilde Luiza; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia acadêmico, versão 2013. INESA. Joinville-SC.

KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura – teoria e prática. 15 ed. Campinas, SP, Pontes Editores, 2013.

LAJOLO, Mariza; ZILBERMAN, Regina. A formação da leitura no Brasil. 3 ed. São Paulo – SP, Ática,1999.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2 edição, São Paulo, Cortez, 1994.
                             






[1] Edna Pereira Barbosa, acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia – 6º semestre – do Instituto Superior de Ensino Santo Antônio – INESA – Joinville – Santa Catarina – SC.

Um comentário:

  1. Gostei muito de ler, novamente, os textos de vocês, mas agora em outra esfera social! Continuem assim, melhorando a cada dia!
    Beijos,
    profª Chris

    ResponderExcluir