A HISTÓRIA DA LEITURA
PARA A FORMAÇÃO DE BONS LEITORES
Edna Pereira Barbosa[1]
RESUMO
Este artigo propõe levar ao
leitor conhecer os motivos e as mudanças que ocorreram em torno da formação de
leitores e produção literária sobre a história da leitura no Brasil com o
objetivo de compreender as dificuldades dos estudantes do ensino fundamental,
no campo da compreensão e interpretação de textos. Aborda questionamentos
pertinentes a história da leitura, sua origem, seus escritos na linha do tempo,
e algumas concepções no contexto escolar. Para isto, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, a partir de livros disponibilizados em biblioteca. Dessa forma,
espera-se que esta pesquisa possa contribuir para auxiliar na formação de bons
leitores na atualidade.
Palavras-chave: Leitura.
História. Formação. Estudante. Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
Diante de
pesquisas, provas e exames de vestibulares divulgados pelos canais de
comunicação, a prova de língua portuguesa e de redação têm apresentado
resultados negativos e preocupantes para os professores de língua portuguesa e
os demais profissionais da área de educação. Tais fatos, revelam que alguma
atitude precisa ser tomada, visto que, a escola tem a responsabilidade de
ensinar e promover ações para estimular seus estudantes ao hábito da leitura.
Com o
desenvolvimento econômico novas profissões no Brasil e no mundo, foram surgindo
e o mercado de trabalho cada vez mais exigente e seletivo, procura pessoas com
capacidade para liderar e inovar. Dessa forma, as famílias tiveram que
adaptarem-se a um estilo de vida cada vez mais acelerado, em consequência
disso, o cansaço do dia a dia, entre o trabalho e outros afazeres reduz o tempo
dos pais em assistirem melhor a vida escolar de seus filhos, deixando-os a
cargo da escola toda a responsabilidade de ensinar e educar.
Consequentemente,
ao cumprir seu papel, a escola como um centro de conhecimentos e encontros de
diversas culturas, estará aberta a explicações inerentes aos seus formandos
perante a sociedade.
Então, a
partir destes fatos, este artigo objetiva compreender quais as razões que levam
os estudantes do ensino fundamental a terem tantas dificuldades no campo da
leitura. Em razão destes fatos, uma pesquisa bibliográfica foi realizada para
entender como acontece a leitura no contexto escolar por meio da história da
leitura.
2. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1 BREVE HISTÓRICO DA LEITURA
Na década
de 1970, a história da leitura tornou-se uma área favorável de estudos, voltada
para a origem da historiografia desenvolvida na França e passou a ser conhecida
como nova história.
A partir
dessa “nova história” ou nova história cultural, surgiu então, o interesse por
novos objetos de estudos, novas abordagens e novos problemas para a História. A
“prática da leitura” foi um desses novos objetos, visto que, comparada às
várias épocas da história humana, tal objeto foi transformando-se conforme o modelo
social de cada época. (FERNANDES, 2013).
A história
das práticas de leitura tem estreita relação com a história dos suportes de
acomodação da escrita. Tais suportes, são notados desde as tabuinhas de escrita
cuneiforme na Idade Antiga, até chegar na escrita virtual por meio dos
computadores na atualidade.
Ao abordar
um tema tão complexo como a leitura, é importante ressaltar alguns pontos
básicos que levam à formação de bons leitores. “um leitor competente só pode
constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a
partir de um trabalho de deve se organizar em torno da diversidade de textos
que circulam socialmente”. (PCN, 1997, p.54).
Desse modo,
o professor deve esforçar-se para conduzir os seus alunos com práticas efetivas
de leituras diversificadas. Pressupõe-se que a partir de ações pedagógicas bem
planejadas pelo professor do ensino fundamental, com relação aos exercícios de
leitura com base em diversos tipos de textos e de forma continuada, tornando
uma rotina em sala de aula.
2.2 QUEM É O LEITOR?
Sua
história começou com a expansão da impressa e desenvolveu-se pela ampliação do
mercado do livro, à difusão da escola, à alfabetização em massa das populações
urbanas, à valorização da família e também, à necessidade da ideia de lazer.
“Ser leitor, enquanto pessoa física, é função social, para qual direcionam
ações individuais, esforços coletivos e necessidades econômicas” (LAJOLO &
ZILBERMAN, 1999, p.14)
A história
do leitor teve início na Europa, aproximadamente, no século XVIII. Neste
período, a impressa de obras escritas deixa de ser um trabalho quase artesanal
e fiscalizado pelo governo por meio a lei, ao determinar o aparecimento ou não
de livros. Em consequência disso, torna-se uma atividade empresarial, com fins lucrativos
e uma tecnologia mais barata com resultados rentáveis cada vez maiores.
(LAJOLO, 1999)
A partir
desse episódio, o negócio de livros começa a realizar-se por conta de uma
clientela capaz de consumir livros, ou seja, pessoas que dominavam a habilidade
de ler, fato este que adveio do fortalecimento da escola e do ensino.
Só em 1840,
no Rio de Janeiro, sede da monarquia brasileira, começou a surgir alguns traços
necessários para a formação e fortalecimento de uma sociedade leitora: eram
vistos recursos mínimos de produção e circulação da literatura, como
tipografia, livrarias e bibliotecas. A escolarização era precária, porém já
havia movimento de manifestação para melhoria. (ZILBERMAN, 1999, p.15).
Percebe-se
pelo decorrer da história, que os escritores daquela época, já utavam para
conquistar o público e planejar o espaço para as suas obras crescerem e
multiplicarem-se.
Diante
desse breve histórico, ver-se claramente, as dificuldades enfrentadas pelos
escritores e autores de obras literárias, dos séculos passados ao lutarem por
um espaço para exposição de suas obras, visto que, tinham de fazer um trabalho
de persistência e paciência para conscientizar uma sociedade do valor que tem
em obter conhecimentos através da leitura. Hoje, na atualidade, ainda há muito
o que fazer para em relação aos problemas e desafios quando o assunto e leitura
e formação de bons leitores para que possa constituir-se uma sociedade mais
evoluída intelectualmente.
2.3 O QUE É LER?
Cabe à
escola, desenvolver a atividade de leitura para a formação de seus alunos. Como
atividade fundamental, a leitura, requer empenho e esforço de todos envolvidos
para alcançar o sucesso do aluno em tornar-se um bom leitor.
Concordo com Cagliari (2007, p.149), quando
diz que “ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só
semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonéticos”.
Segundo
Barbosa (1994, p.133), ler é avançar ao longo do texto por saltos e fixações
breves, nas quais se apreendem as informações. Tal apreensão será maior ou
menor, dependerá da qualidade do “saber ler’ daquele leitor, do seu interesse,
do seu conhecimento com o assunto do texto.
Na
concepção de Barbosa (1994) a significação do texto escrito deve ser dominada
pelo leitor através da oralidade, ao vislumbrar o significado das palavras
escritas em diversos contextos, utilizará a mesma estratégia, a sonorização da
escrita.
2.4 AS CONCEPÇÕES DA LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR
Palestras e
pesquisas oportunizam e trazem questões que abrem espaços para questionamentos
e esclarecimentos entre os professores, quando participam de palestras e
eventos afins, queixam-se: “Os meus alunos não gostam de ler”. “Por que essa
realidade”?
De acordo com Kleiman (2013, p.21) a leitura, toma
lugar cada vez menor no cotidiano do brasileiro à pobreza no seu ambiente de
letramento (qualidade do material escrito com o qual ele tem contato), à
formação precária de muitos profissionais da escrita que não são leitores,
tendo, no entanto, que ensinar a ler e a gostar de ler.
A leitura
como tarefa em sala de aula, é tida pela maioria dos alunos como sendo muito
difícil. Pois ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem o que não
consegue ver o sentido. Para a maioria, a leitura não é aquela atividade
aconchegante do lar, num lugar preferido, que permite ao indivíduo sonhar,
esquecer e entrar noutros mundos. Do contrário, são lembranças de modelos de
cópia maçante para a criança procurar até cansar e encontrar as palavras
solicitadas pela professora e com a ajuda da família, procurar fazer a lição
muitas vezes com dificuldade, e por causa desses entraves, a criança termina
por não descobrir o prazer de ler.
Então, como
diz Kleiman (2013, p.21) para formar leitores, é preciso ter paixão pela
leitura, e essa se baseia no desejo e prazer.
2.4.1 A leitura como
avaliação:
É um tipo de leitura que inibe,
ao invés promover a formação de leitores.
Essa
prática é utilizada nas primeiras séries, com a preocupação de aferir a
capacidade de leitura em voz alta, praticada pelos alunos. A prática é
justificada porque permitiria ao professor “perceber se o aluno está ou não
entendendo”. Diferente da leitura em voz alta, com o objetivo de apreciação estética
da linguagem.
Cabe ao
professor verificar com a melhor atitude nesse momento da avaliação, para não
cometer enganos e prejudicar o seu aluno. Entender, que o aluno precisa ser
orientado sempre e não tratado sozinho como o único culpado do deu fracasso
escolar.
A leitura é
a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na
vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. “A leitura é uma
herança maior do que qualquer diploma” (CAGLIARI, 2007, p. 148).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base em
leituras realizadas sobre o tema a história da leitura e as concepções no
contexto escolar, percebe-se que além dos esforços até então empenhados, há
muito o que fazer na área da educação, especialmente na fase da alfabetização e
letramento. Por essa fase ser a mais importante de aprendizagem significativa
para o aluno a nível de ensino fundamental, espera-se que todos os professores
participantes do processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar,
entendam que é de responsabilidade de todos os profissionais da área da
educação, conduzir com empenho os alunos no caminho para o sucesso na formação
de bons leitores os quais passarão a participar em diversos segmentos da
sociedade.
4. REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística. 10 ed.
Scipione, São Paulo/SP, 2007.
DALMÔNICO, Vilde Luiza; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI,
Marcelo Rodrigo. Guia acadêmico, versão
2013. INESA. Joinville-SC.
KLEIMAN, Angela. Oficina de
leitura – teoria e prática. 15 ed. Campinas,
SP, Pontes Editores, 2013.
LAJOLO, Mariza; ZILBERMAN,
Regina. A formação da leitura no Brasil.
3 ed. São Paulo – SP, Ática,1999.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2 edição, São
Paulo, Cortez, 1994.
[1]
Edna Pereira Barbosa, acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia – 6º
semestre – do Instituto Superior de Ensino Santo Antônio – INESA – Joinville –
Santa Catarina – SC.
Gostei muito de ler, novamente, os textos de vocês, mas agora em outra esfera social! Continuem assim, melhorando a cada dia!
ResponderExcluirBeijos,
profª Chris