quinta-feira, 17 de março de 2016

Psicolinguista e aquisição da linguagem

PSICOLINGUISTICA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
Anita Helena Schubert¹

RESUMO
Este trabalho consiste em explicar o que vem a ser psicolinguística e a aquisição da linguagem, compreender a importância do estimulo a comunicação para o processo de desenvolvimento da criança. A psicolinguagem é a junção de estudos de psicologia e linguística, onde a psicologia busca entender como funciona o processo da mente humana e a linguística conectando a mente com a linguagem. Chomsky constatou a importância da conexão entre psicologia e linguística, já que as duas buscavam compreender mais uma sobre a outra. A aquisição da linguagem deixa clara a importância da fala com a criança desde cedo e como a criança entende, copia o que esta em sua volta.

Palavras-chave: Psicologia, Linguística, Chomsky, Mente, Linguagem.

1 INTRODUÇÃO
A psicolinguagem é de origem da psicologia da linguagem, sendo a questão central a linguagem e psicologia: relacionamento entre o pensamento/comportamento e linguagem, fazendo conexões entre a linguagem e a mente, onde a psicologia busca explicar como o ser humano  adquire, utiliza, desenvolve e aprende a linguagem.
A psicolinguistica, para aluguns autores, é a definição do processo de codificação e decodificação ao ato de comunicar-se com outro, em que a linguistica trata da “fala”/competecia, e a psicologia trata da performace de quem fala. Ou seja, a linguistica se preocupa com a performace (ato de falar), e a psicologia estuda a performace (como, por que se fala).
A aquisição da linguagem, que tem inicia nos primeiros dias de vida da criança, explica a importância da conversa com o bebê (entendido por muitos como quem não entende nada), e como a presença da fala da mãe marca a criança. Os pais são os primeiros contatos da criança com o mundo real, e cabe, primeiramente, a eles estimular o bebê a produzir sons que possam ser considerados como comunicação.

2 ORIGEM DA PSICOLINGUISTICA
O estudo da psicolinguistica passou a se destacar como autonomo em 1950, antes disto os estudos feitos para a colaboração do assunto eram denominados Psicologia da Linguagem. Neste tempo, os estudos feitos sobre o assunto eram uma tentativa de responder questões sobre a Psicologia e a Linguistica.
Na psicologia, segundo Balieiro (2012, p.203) “os estudos buscavam estabelecer as relações entre a organização do sistema linguistico e a organização do pensamento, através do recurso à teoria e à pesquisa linguistica.” A psicologia, estudiosos, começaram a estudar sobre linguistica com o objetivo de entender o processo da mente humana na aprendizagem, como se é armazanado, organizado os pensamentos que vão ser passados de forma verbal ou escrita para o compreendimento dos outros e de si mesmo.
A linguagem é um sistema, aberto, de regras, onde se pode ser dito a mesma coisa de formas diferentes, exemplo: forma como era falado a séculos atrás e a forma como é falado hoje, muitas vezes dizem a mesma coisa, a diferença é o vocabulário, antigamente era tudo mais formal, sofisticado. Uma habilidade especial do ser humano, propria da linguagem é: significante (som das palavras) e significado (ideia que é passada, podendo ser passada através da fala, imagem, escrita).
No decorrer dos tempos começou a surgir períodos dentro da psicolinguista. No período linguístico, dá-se importância ao discurso e não ao desempenho, este período trabalha bastante com a sintaxe. De acordo com Balieiro (2012, p.207) “A principal tarefa consistia em investigar a realidade psicológica das unidades linguísticas.” Ou seja, a sintática é uma parte importante e necessária da teoria linguista, pois auxilia na compreensão do funcionamento metal do sujeito para que fale uma língua, a língua mãe. No período cognitivo, os cognitivistas acabaram aproximando sua teoria com o que é tratado em psicolinguística e também as ciências cognitivas, o que deu um equilíbrio entre a Linguística e os demais campos, como Psicologia, Antropologia e a Filosofia da Linguagem.
Psicolinguística não se trata de juntar a mente com a língua, mas entender como funciona a mente, como é capturado as informações, como as entende e como poderá transmiti-la. A mente humana não pega as informações para si, de forma egoísta, ela trabalha a informação na mente para a real compreensão e assim passa-la adiante.


2.1 PERÍODO FORMATIVO
A teoria da informação surgiu após a Segunda Guerra, auxiliando nos estudos de psicolinguistica. Os estudiosos Shannon e Weaver explicavam esta teoria através do seguinte esquema:
Fonte→Transmissor/codificador→Canal→Receptor/decodificador→Destinação
Explicado também por Osgood e Sebeok (1954) “processos de codificação e decodificação no ato da comunicação na medida em que ligam (relacionam) estados das mensagens e estados dos comunicadores.” Onde a fonte é quem fala, explica, o transmissor são os códigos falados, neste caso, as palavras, o canal é como é falado (de forma oral, dissertativa, através de imagens), o receptor é aquele o qual esta recebendo a mensagem, esta decifrando a informação que esta recebendo para poder compreender, e a destinação, que representa a quem esta direcionada, quem aquela mensagem pode alcançar.
Quando se fala em códigos não se fala somente de linguagem verbal, mas linguagem corporal, visual, escrita. As manias que são adquiridas no decorrer da vida, são códigos que muitas vezes a pessoa que o faz não percebe que esta fazendo, pois para ela é tudo muito normal, já a pessoa que a observa, que esta recebendo sua informação, percebe e pode vir a pega-lo também. O costume de falar fazendo gestos, mesmo quando a outra pessoa não pode enxerga-lo, são códigos que, muitas vezes, só serem feitos já faz uma outra pessoa, fora do assunto, compreender o que se esta falando com a mesma qualidade que a que ouve.
No processo de interação ente psicologia e linguistica começava a se trabalhar, estudar, como a mensagem era passada (linguistica tratava do estado da mensagem) e como era recebida, compreendida pelas pessoas (psicologia tratava do estado dos comuniadores), principalmente o processo de codificação e decodificação.

3 AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A aquisição da linguagem é o processo que a criança passa para adquirir a fala. Este processo é, geralmente, estimulado pelos pais, mesmo que estes não percebam isto. A criança, nos primeiros anos de vida, passa a produzir sons ao tentar comunicar-se com aqueles que estão em sua volta, ela começa a imita-los e com o passar do tempo vai aprimorando essa imitação surgindo algo mais próximo da fala compreendida por todos.
Os primeiros atos da criança, bebê, que começam a ser elaborados são o conhecimento do corpo, onde a criança começa a buscar saber o que é capaz de fazer, onde ela arrisca movimentos (até involuntários) entender do que é capaz. Logo após o bebê passa a tentar reproduzir sons que não chegam a ser nem perto do que se conhece por palavras, parecem resmungos.
A criança começa a transmitir fonemas de acordo com que recebe e consegue compreender os sons em sua volta. Quando ainda não fala, a criança utiliza breves sons para fazer que compreendam o que ela esta querendo dizer, um exemplo: uma criança de um ano e meio pega um carrinho e ao olhar para um adulto e mostrar o objeto ela não diz “Olha, um carro!”, ela imita um som transmitido pelo carro “Bi bi!” e mostra o objeto.
O primeiro contato que a criança tem com os sons, a fala, é da mãe. Ao nascer, a criança é forçada a chorar e o som que a acalma é a voz de sua mãe, pois lhe é uma voz familiar, uma voz que esteve presente desde seu primeiro mês de vida.
Segundo Scarpa (2012, p.245) “A linguagem, específica da espécie, dotação genética e não um conjunto e comportamentos verbais, é adquirida como resultado do desencadear de um dispositivo inato, inscrito em mente.” O ser humano já nasce com a fala, mas precisa de auxilio, de estimulo para ir desenvolvendo, desencadeando para poder comunicar-se com o outro.
Chomsky argumentava que em curto tempo de vida a criança exposta a falas incompletas, fragmentadas, é capaz de se aprimorar de um conjunto complexo de regras, que é considerado “pobreza de estímulo”. É normal a criança falar coisas curtas, incompletas e trocadas durante certa faixa etária e tempo, e entre elas (que conseguem compreender uma a outra), mas quando a criança vai crescendo e continua com este processo é perigoso, pois se não for trabalhado pode causar problemas para a comunicação da criança (tendo em vista que os demais colegas já não fazem mais isto).
O desenvolvimento motor da criança é tão importante quanto o mental, na verdade, as duas precisam caminhar juntas para que haja um real aproveitamento dos dois. A criança tem que ser primeiro estimulada a movimentar-se e depois falar, cada uma a seu tempo, mas nunca abrindo mão uma da outra. O processo de aprendizagem da criança precisa que as duas coisas andem juntas para um verdadeiro aproveitamento.
A criança passa a conseguir adotar símbolos presentes na sociedade no decorrer do processo de inteligência pré-operatória, compreendendo que a linguagem é uma variação de símbolos, perante o pensamento de Piaget. Contrario ao pensamento de Piaget, diz-se que aquisição é resultado da interação da criança com o ambiente e o organismo, através de absorção, tratando-se da inteligência geral, não como um modo especifico de linguagem.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas feitas pode-se compreender como é importante incentivar as crianças em todos os aspectos, como movimentos, firmar-se, a sons que vão vir a se tornar fala. A mente humana não consegue trabalhar muito bem com repreensão, ainda mais quando crianças, por isso é preciso cuidado ao falar repreendendo a criança para que a mesma não se feche e interrompa o processo de aprendizagem e desenvolvimento. Uma vez interrompendo este processo é perdido tempo da aprendizagem da criança, atrasando as etapas que precisam ser vividas por ela.

 REFERENCIAS
______.Psicolinguística em psicopedagogia: abordagem conceitual. Disponível em: <http://www.portaleducaçao.com.br/psicologia/artigos/49763/psicolinguistica-em-psicopedagogia-uma-abordagem-conceitual>. Acesso em: 22 mar. 2014.
BENTES, Anna Christina; MUSALIN, Fernanda (org.).Introdução a linguística: domínios e fronteiras.8.ed. São Paulo: Cortez,2012.
BORGES, Luciana Cavalcante; SALOMÃO, Nádia Maria Ribeiro. Aquisição da linguagem: considerações da perspectiva da interação social. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a13v16n2>. Acesso em: 10 set. 2014.
COSCARELLI, Carla Vianna. A psicolinguística na sala de aula. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Psicolinguistica-na-sala-de-aula/56135922.html>. Acesso em: 17 set. 2014.
DALMÔNICO, Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia para elaboração de trabalhos acadêmicos. Joinville: INESA, 2013.
GOES, Raquel Santos. A música e sua possibilidades no desenvolvimento da criança são do aprimoramento do código linguístico. 2009.

Jessé. Psicolinguística: O que é e como funciona. Disponível em: <http://falar-d.blogspot.com.br/2010/10/psicolinguistica-o-que-e-e-como.html>. Acesso em: 2 nov. 2014.
MENEGASSI, Renilson José. SILVA, Marilice Pompeu da. Uma abordagem psicolinguística da leitura do texto social. Disponível em: <http://www.escrita.uem.br/escrita/pdf/mpsilva.pdf>. Acesso em: 25 out. 2014.
SILVA, Robson. O que é psicolinguística. Disponível em: <http://robsonjjunior.wordpress.com/2009/02/20/o-que-e-psicolinguistica/>. Acesso em: 1 nov. 2014.



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