segunda-feira, 14 de março de 2016

A ESCRITA E SUAS INFLUÊNCIAS NA SOCIEDADE

A ESCRITA E SUAS INFLUÊNCIAS NA SOCIEDADE

Dayze dos Santos Dombrovski ¹

Resumo: Neste artigo pretende-se abordar alguns tópicos que rodeiam o assunto escrita. Visando compreender o que realmente é a escrita, aonde ela surgiu, e quais as suas influências. Para falar sobre escrita, será necessário falar sobre a história da humanidade e sociedade. O surgimento da escrita é um marco muito importante na história do homem, pois é aonde inicia os registros dos acontecimentos. Mas, até aonde a escrita pode levar uma pessoa? Esta pergunta faz refletir sobre o que realmente é a escrita. Ela pode fazer duas ou mais pessoas comunicarem-se de um lugar para outro sem que precisam falar, além de ser um instrumento para interação com diferentes áreas. Estes “simples” registros têm o poder de descrever como foi a evolução do homem, quem são nossos antepassados, nos despertam para uma fé, comprovam quantos bens uma pessoa pode ter, identificam pessoas através de documentos, compartilham conhecimentos, concretiza leis que modelam uma sociedade, e é considerado hobby por muitos. Este trabalho contemplará sobre a história da escrita em algumas sociedades e do país Brasil. Quem eram as pessoas que contribuíram para essa evolução e o poder que isso acarretou a elas. Sabe-se que a influencia que a escrita possui sobre uma pessoa e/ou sociedade atravessa fronteiras. Buscando refletir sobre esse assunto, em um dos tópicos do trabalho mostrará sobre o que a sociedade almeja das pessoas. As pessoas que possuem uma escrita com propriedade, podem chegar a lugares na sociedade que sem ela nunca chegariam. É o caso de alguns escritores que influenciaram e continuam influenciando pessoas, o artigo irá mostrar alguns desses escritores e/ou tradutores.

Palavras-chaves: Escrita. História. Influências.


1 INTRODUÇÃO

A comunicação é indispensável para os homens, na verdade não somente para a humanidade, mas para todos os seres. É necessário ter uma visão de mundo, estar bem informado, pensar e agir de forma adequada a cada situação vivida. Como tudo no mundo evolui, a escrita também evoluiu. E o artigo relatará razoavelmente sobre a sua origem e sua influencia na sociedade.
Escrita é um meio de comunicação. Ela surgiu com a ideia de comunicar as pessoas sobre fatos que já ocorreram, ou que poderiam vir a existir. A técnica escrita é incrível, pois antes mesmo de inventar meios de gravar a fala, já existiam papéis, tábua, e outros meios para registrar fatos e comunicar-se através da escrita.
Hoje se pode constatar que as pessoas, já estão atentas em relação ao ato de escrever, o meio cobra e exclui os que não se adéquam ao contexto. No meio empresarial, as pessoas que leem e escrevem bem, são as que mais tem sucesso e poder. Ou seja, para ter sucesso é preciso saber escrever bem, também.
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2 ORIGEM DA ESCRITA

Falar sobre a escrita, primeiramente, deve-se falar sobre a sua origem. Como foi a sua descoberta, quais foram os povos que iniciaram essa evolução humana. A escrita, nada mais é que um dos meios de comunicação mais importante entre a humanidade. Cada região do mundo possui uma maneira de escrita, que com o passar dos séculos, desenvolveu-se ganhando características de cada povo.
Ao falar em origem, pretende-se falar sobre o passado, início da escrita. Mesmo algumas pessoas ignorando essa parte tão importante para a evolução humana, Aranha (2006, p. 19) descreve a importância de conhecer o passado. “Pensar no passado, porém, não um exercício de saudosismo, curiosidade ou erudição: o passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do presente.”
No Antigo Egito existiam três tipos de escrita, a mais famosa são os hieróglifos (que são um conjunto de símbolos), o hierático (mais cursivo), e demótico (começou a ser utilizada quando a civilização egípcia passou a ter mais contato com a cultura grega e romana). Esses tipos de escrita eram usados para fins religiosos e cotidianos. Aranha (2006, p.43), explica que,
Hoje usamos para a escrita o sistema fonético alfabético, que registra sons, e cada som representa uma letra. No entanto, muitas vezes não imaginamos o processo pelo qual se deu a invenção da escrita. (...) Provavelmente, desde 3500 a.C. os egípcios faziam inscrições em hieróglifos (literalmente “escrita sagrada”). Essa escrita era no início pictográfica – representava figuras – e só posteriormente adquiriu características ideográficas.
Outros povos também iniciaram seus registros através a escrita pictográfica. “Na mesopotâmia, a escrita cuneiforme (inscrições em forma de cunhas) também foi inicialmente pictográfica e depois ideográfica e fonética, quando o signo não mais indicava o objeto, mas o som (sílabas)” (ARANHA, 2006, p. 44).
Na cultura oriental, como é o caso da China, a escrita que predominou foi a ideográfica.  “(...) a China manteve a escrita, ideográfica até meados do século XX. Era muito complicada e abstrata, em que os sinais gráficos representavam ideias e não figuras. Os mandarins ocupam-se dessa função privilegiada, após serem submetidos a difíceis exames pelo Estado” (ARANHA, 2006, p.44).
Sobre a escrita fonética alfabeta, foi inventada pelos fenícios. “Os fenícios destacaram-se como exímios navegadores e excelentes negociantes, e a invenção do alfabeto facilitava enormemente os registros das transações comerciais” (ARANHA, 2006, p. 44).
O termo alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias Aleph e bet é composto pelas letras gregas alpha e beta.
2.1 DESCOBRIMENTO DO BRASIL X DESCOBRIMENTO DA ESCRITA
Agora que foi explicado um pouco da origem da escrita no mundo, é preciso compreender também, um pouco da sua origem no Brasil. Para falar sobre como iniciou o processo de escrita no Brasil, é preciso falar sobre o descobrimento desse país. Mas não é possível falar sobre a escrita brasileira sem mencionar a vinda dos jesuítas para o Brasil.
Com a chegada dos jesuítas, veio também o aprendizado da leitura e escrita. Aranha (2006, p.140) descreve um pouco sobre o início da escola de ler e escrever,
Quando o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, chegou ao Brasil em 1549, veio acompanhado por diversos jesuítas encabeçados por Manoel da Nóbrega. Apenas quinze dias depois, os missionários já faziam funcionar, na recém-fundada cidade de Salvador, uma escola “de ler e escrever”.
O objetivo dos jesuítas era “civilizar” os índios que, no Brasil, já habitavam. Para alguns, os indígenas eram como uma folha em branco, para outros, uma fonte de conhecimento medicinal. Além da civilização dos indígenas, os jesuítas também ensinavam os filhos dos colonos. “(...) os jesuítas promoveram maciçamente a catequese dos índios, a educação dos filhos dos colonos, a formação dos novos sacerdotes e da elite intelectual, além do controle da fé e da moral dos habitantes da nova terra” (ARANHA, 2006, p.140).
No Brasil, a comunidade Tribal baseava-se em domínio. Uma sociedade em que o chefe dirigia a tribo, mas que também outras pessoas dentro da comunidade ocupavam funções de poder. A vinda dos Portugueses para a terra que, brevemente se chamaria Brasil, gerou várias mudanças. A comunidade que antes trabalhava em função das necessidades básicas de um ser humano, como alimentação, moradia, proteção, lazer, entre outros, teve que mudar a sua rotina e pensamentos sobre o que, agora seria sua necessidade básica. Relatando essas informações, Aranha (2006, p.36) explica que,
Com o tempo, enquanto nas tribos a organização social era homogênea, indivisa, foram criadas hierarquias devido a privilégios de classes, e no trabalho apareceram formas de servidão e escravismo, as terras de uso comum passaram a ser administradas pelo Estado, instituição criada para legitimar o novo regime de propriedade; a mulher, que na tribo desempenhava destacado papel social, ficou restrita ao lar, submetida a rigoroso controle da fidelidade, a fim de se garantir a herança apenas para os filhos legítimos.
Grandes foram as mudanças trazidas pelos portugueses para o Brasil. Mas pode-se dizer que a mais importante foi a escrita. Ela surgiu para ensino, além da necessidade de administrar os negócios conforme as atividades ficavam mais complexas.

3.            QUEM ERAM/SÃO AS PESSOAS DE PODER

Pode-se dizer que, cada região do mundo recebe uma influencia da escrita como forma de poder. As pessoas com conhecimento da escrita são aquelas que, possuem o status e função domínio. “Escribas no Egito, mandarins na China, magos na Mesopotâmia e brâmanes na Índia, exerciam suas funções monopolizando a escrita em meio à população analfabeta. O saber representa uma forma de poder.” (ARANHA, 2006, p. 44).
A ESCRITA E A ARTE EGIPCIA, explica quem eram as pessoas que, no antigo Egito, tinham poder por causa da escrita,
Os escribas eram homens de uma classe privilegiada dentro da sociedade egípcia. Para exercer essa função precisavam ter uma educação especializada e quando se formavam assumiam cargos públicos no governo, sendo responsáveis por todas as atividades burocráticas. Eles eram responsáveis por contabilizar os tributos pagos ao governo, redigiam leis, documentos de cunho religioso, histórico e pessoal do faraó entre outras atividades.
Os hieróglifos, que já mencionado anteriormente, são um conjunto de símbolos que representavam a escrita egípcia, também representava a hierarquia do poder. Os desenhos eram feitos nas paredes de túmulos dos faraós, nos palácios onde moravam e em templos religiosos. A ESCRITA E A ARTE EGIPCIA, menciona sobre essa hierarquia do poder através dos hieróglifos, “Nesse caso, da importância social, os personagens eram retratados segundo a hierarquia social por tamanho, os maiores ocupavam melhor posição social que os menores.”
Na Mesopotâmia, assemelhava-se ao Egito, onde a formação dava apenas aos escribas que tinham função de ler e copiar os textos religiosos.

4.            AS PESSOAS ANSEIAM POR UMA BOA ESCRITA


A sociedade, não apenas brasileira, mas também mundial, possui hoje, uma carência de boas escritas. No meio virtual, jornais e televisões, é comum encontrar pesquisas e reportagens sobre o que o meio empresarial valoriza. Uma boa escrita! Não falando somente do meio empresarial, mas toda a sociedade.
Pensando na escrita como comunicação com o meio social, Bordenave (1982, p.93) remete-se a uma reflexão,
Se a comunicação pode definir-se como “a interação social através de mensagens”, por que não aprender a formular e trocar mensagens que elevem a qualidade da interação social? Se os meios de comunicação são verdadeiras “extensões do homem”, por que não aprender a usá-los desde a infância em um sentido construtivo de auto-expressão e de construção de uma nova sociedade mais justa e solidária?
A escola por sua vez, tem sua responsabilidade no futuro das pessoas. Mas, infelizmente na maioria das vezes, não desenvolvem bem sua função de ensinar e estimular os alunos.  Saber ler e escrever ainda são uma tarefa angustiante e dura para muitos. Dentro de uma sociedade elitista esta situação se torna precária.
“Grande número de regras e orientações gramaticais decorre das exigências da língua escrita para a comunicação ser plenamente eficiente na ausência forçada de muitos recursos, que complementam e até consubstanciam a linguagem oral” (JUNIOR, 2008, p.15)
É importante refletir que desenvolver uma competência para a leitura implica contribuir no sentido da formação de um cidadão mais íntegro.


5 GENTE QUE INFLUENCIOU GENTE ATRAVÉS DA ESCRITA

A escrita é capaz de levar pessoas a alcançar lugares e/ou posses/status que talvez nem imaginariam alcançar. As pessoas que possuem uma escrita com propriedade, podem chegar a lugares na sociedade que sem ela nunca chegariam. É o caso de alguns escritores, pensadores e revolucionistas que influenciaram e continuam influenciando pessoas. Agora quem eram/são as pessoas que contribuíram para essa evolução e o poder que isso acarretou a elas? Buscando refletir sobre esse assunto, é que será citado uma dessas pessoas.
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Saxônia, e faleceu em 18 de fevereiro de 1546, na sua cidade natal. Filho de Hans Luther com Margaret Ziegler. Lutero iniciou sua vida universitária em Erfurt para estudar jurisprudência, mas descobriu que deveria fazer o curso de Filosofia. Após terminar, iniciou Direito. Em 1.505, um raio caiu bem próximo de Martinho, e o medo o levou a fazer uma promessa de virar monge caso não morresse. Como nada ocorreu a Martinho, ele ingressou no convento dos eremitas agostinianos de Erfurt. Lutero foi uma das pessoas que mais influenciou o mundo, como explica Barbosa (2007. p, 165),
As concepções de Lutero sobre a Educação, principalmente sobre a educação cristã, acabaram perpassando todos os seus tratados e escritos na medida em que neles expõe e ataca os problemas da Igreja e também da sociedade, aconselhando-as como deveriam ser.
No ano de 1.517, Martinho Lutero pregou, em frente a igreja do palácio de Wittemberg, 95 teses sobre penas. Suas teses foram publicadas e chegaram à opinião pública. Assim, a reforma protestante começou. Lutero foi demitido de seu cargo de vigário de distrito pelas suas teses. “Com a publicação de suas teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg, Lutero não pretendeu desencadear uma divisão da Igreja ou mesmo um rompimento, mas simplesmente discutir teologicamente o assunto.” (VIEIRA, 2002, p. 61). Em maio de 1.518, Lutero enviou uma carta ao Papa defendendo-se e dizendo que não tinha a intenção, com a publicação de suas teses, de ofendê-lo ou de se separar da religião católica. Disse também que tinha proposto melhorias pela maneira como interpretou a bíblia. “O impacto de sua mensagem ultrapassou os limites do espaço e do tempo, o que lhe garante figurar entre os grandes nomes da humanidade” (VIEIRA, 2002, p. 78).
            Sobre o influenciar e mudar, Freire (2011, p.75), menciona, “No mundo da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar. (...) Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.”
            As pessoas precisam compreender que não basta apenas, estar em um ambiente e ser influenciado por ele. É preciso ter conhecimento do poder que uma pessoa possui para influenciar outras, mas para isso é necessário sabedoria. Assim como Lutero que, teve conhecimento do poder de escrita, e contribuiu para uma grande revolução, mais pessoas precisam reconhecer esse poder que a escrita possui e colocar em prática toda a sabedoria já adquirida.
           
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
            O artigo teve como objetivo relatar a importância da escrita e sua influência na sociedade. Conhecendo mais sobre a história da escrita, pode-se compreender que ela surge, por um lado, como necessidade do desenvolvimento da economia e da sociedade.
Refletir sobre o papel social da escrita está diretamente ligado ao conhecimento que temos de mundo, ou seja, o conhecimento que cada ser possui sobre um determinado assunto. Este conhecimento depende de uma série de fatores, o mais importante deles é a inserção na vida escolar, este é o que faz com que o conhecimento de mundo que o indivíduo possui se concretize na escrita.
Pode-se concluir, portanto que a escrita exerce um papel indispensável na sociedade, não só para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, mas também para o crescimento e desenvolvimento da sociedade como um todo. Todo cidadão precisa exercer a sua função social.




REFERÊNCIAS

A escrita e a Arte Egípcia. (s.d) Disponível em < http://egito-antigo.info/a-escrita-e-a-arte-egipcia.html> Acesso em 19 out. 2015

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Machado de Assis. (s.d) Disponível em  <http://www.machadodeassis.org.br/> Acesso em 27 out.2015

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da pedagogia: geral e do Brasil. 3 ed. rev e ampl. São Paulo: Moderna, 2006.

BARBOSA, Luciane Muniz Ribeiro. As concepções educacionais de Martinho Lutero. Educação e Pesquisa. São Paulo, v.33, n.1, jan./abr. 2007, p. 163-183,

BORDENAVE, Juan E.Diaz.  O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 2004.

DALMÔNICO, Vilde Luzia; FERREIRA, Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia para apresentação de trabalhos acadêmicos.Joinville, 2013

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários para uma prática educativa. Paz e Terra. São Paulo: 2011.

GANDIN, Danilo. Escola e Transformação Social. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1988.

JUNIOR, Joaquim Mattoso Camara. Manual de expressão oral e escrita. 25 ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

VIEIRA, Paulo Henrique. A filosofia política de Martinho Lutero. (s.d) . Disponível em <http://empreende.org.br/pdf/Estado/A%20filosofia%20pol%C3%ADtica%20de%20Martinho%20Lutero.pdf> . Acesso em 19 out. 2015


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