A ESCRITA E SUAS INFLUÊNCIAS NA SOCIEDADE
Dayze dos Santos
Dombrovski ¹
Resumo: Neste artigo
pretende-se abordar alguns tópicos que rodeiam o assunto escrita. Visando
compreender o que realmente é a escrita, aonde ela surgiu, e quais as suas
influências. Para falar sobre escrita, será necessário falar sobre a história
da humanidade e sociedade. O surgimento da escrita é um marco muito importante
na história do homem, pois é aonde inicia os registros dos acontecimentos. Mas,
até
aonde a escrita pode levar uma pessoa? Esta pergunta faz refletir sobre o que
realmente é a escrita. Ela pode fazer duas ou mais pessoas
comunicarem-se de um lugar para outro sem que precisam falar, além de ser um
instrumento para interação com diferentes áreas. Estes “simples” registros têm
o poder de descrever como foi a evolução do homem, quem são nossos antepassados,
nos despertam para uma fé, comprovam quantos bens uma pessoa pode ter,
identificam pessoas através de documentos, compartilham conhecimentos,
concretiza leis que modelam uma sociedade, e é considerado hobby por muitos.
Este trabalho contemplará sobre a história da escrita em algumas sociedades e
do país Brasil. Quem eram as pessoas que contribuíram para essa evolução e o poder
que isso acarretou a elas. Sabe-se que a influencia que a escrita possui sobre
uma pessoa e/ou sociedade atravessa fronteiras. Buscando refletir sobre esse
assunto, em um dos tópicos do trabalho mostrará sobre o que a sociedade almeja
das pessoas. As pessoas que possuem uma escrita com propriedade, podem chegar a
lugares na sociedade que sem ela nunca chegariam. É o caso de alguns escritores
que influenciaram e continuam influenciando pessoas, o artigo irá mostrar
alguns desses escritores e/ou tradutores.
Palavras-chaves: Escrita. História.
Influências.
1 INTRODUÇÃO
A comunicação é indispensável para os homens, na verdade
não somente para a humanidade, mas para todos os seres. É necessário ter uma
visão de mundo, estar bem informado, pensar e agir de forma adequada a cada
situação vivida. Como tudo no mundo evolui, a escrita também evoluiu. E o
artigo relatará razoavelmente sobre a sua origem e sua influencia na sociedade.
Escrita é um meio de comunicação. Ela surgiu com a ideia
de comunicar as pessoas sobre fatos que já ocorreram, ou que poderiam vir a
existir. A técnica escrita é incrível, pois antes mesmo de inventar meios de
gravar a fala, já existiam papéis, tábua, e outros meios para registrar fatos e
comunicar-se através da escrita.
Hoje se pode constatar que as pessoas, já estão atentas
em relação ao ato de escrever, o meio cobra e exclui os que não se adéquam ao
contexto. No meio empresarial, as pessoas que leem e escrevem bem, são as que
mais tem sucesso e poder. Ou seja, para ter sucesso é preciso saber escrever
bem, também.
.
2
ORIGEM DA ESCRITA
Falar
sobre a escrita, primeiramente, deve-se falar sobre a sua origem. Como foi a
sua descoberta, quais foram os povos que iniciaram essa evolução humana. A
escrita, nada mais é que um dos meios de comunicação mais importante entre a
humanidade. Cada região do mundo possui uma maneira de escrita, que com o passar dos
séculos, desenvolveu-se ganhando características de cada povo.
Ao falar
em origem, pretende-se falar sobre o passado, início da escrita. Mesmo algumas
pessoas ignorando essa parte tão importante para a evolução humana, Aranha
(2006, p. 19) descreve a importância de conhecer o passado. “Pensar
no passado, porém, não um exercício de saudosismo, curiosidade ou erudição: o
passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do presente.”
No Antigo
Egito existiam três tipos de escrita, a mais famosa são os hieróglifos (que são
um conjunto de símbolos), o hierático (mais cursivo), e demótico (começou a ser
utilizada quando a civilização egípcia passou a ter mais contato com a cultura
grega e romana). Esses tipos de escrita eram usados para fins religiosos e
cotidianos. Aranha (2006, p.43), explica que,
Hoje usamos para a escrita o sistema fonético
alfabético, que registra sons, e cada som representa uma letra. No entanto,
muitas vezes não imaginamos o processo pelo qual se deu a invenção da escrita.
(...) Provavelmente, desde 3500 a.C. os egípcios faziam inscrições em
hieróglifos (literalmente “escrita sagrada”). Essa escrita era no início
pictográfica – representava figuras – e só posteriormente adquiriu
características ideográficas.
Outros povos
também iniciaram seus registros através a escrita pictográfica. “Na
mesopotâmia, a escrita cuneiforme (inscrições em forma de cunhas) também foi
inicialmente pictográfica e depois ideográfica e fonética, quando o signo não
mais indicava o objeto, mas o som (sílabas)” (ARANHA, 2006, p. 44).
Na
cultura oriental, como é o caso da China, a escrita que predominou foi a
ideográfica. “(...) a China manteve a
escrita, ideográfica até meados do século XX. Era muito complicada e abstrata,
em que os sinais gráficos representavam ideias e não figuras. Os mandarins
ocupam-se dessa função privilegiada, após serem submetidos a difíceis exames
pelo Estado” (ARANHA, 2006, p.44).
Sobre a
escrita fonética alfabeta, foi inventada pelos fenícios. “Os fenícios
destacaram-se como exímios navegadores e excelentes negociantes, e a invenção
do alfabeto facilitava enormemente os registros das transações comerciais” (ARANHA,
2006, p. 44).
O termo
alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias Aleph e bet é
composto pelas letras gregas alpha e beta.
2.1 DESCOBRIMENTO DO BRASIL X
DESCOBRIMENTO DA ESCRITA
Agora que foi
explicado um pouco da origem da escrita no mundo, é preciso compreender também,
um pouco da sua origem no Brasil. Para falar sobre como iniciou o processo de
escrita no Brasil, é preciso falar sobre o descobrimento desse país. Mas não é
possível falar sobre a escrita brasileira sem mencionar a vinda dos jesuítas
para o Brasil.
Com a chegada dos jesuítas, veio também o aprendizado da
leitura e escrita. Aranha (2006, p.140) descreve um pouco sobre o início da
escola de ler e escrever,
Quando o primeiro governador-geral,
Tomé de Souza, chegou ao Brasil em 1549, veio acompanhado por diversos jesuítas
encabeçados por Manoel da Nóbrega. Apenas quinze dias depois, os missionários
já faziam funcionar, na recém-fundada cidade de Salvador, uma escola “de ler e
escrever”.
O objetivo dos jesuítas era “civilizar” os índios que, no
Brasil, já habitavam. Para alguns, os indígenas eram como uma folha em branco,
para outros, uma fonte de conhecimento medicinal. Além da civilização dos
indígenas, os jesuítas também ensinavam os filhos dos colonos. “(...) os
jesuítas promoveram maciçamente a catequese dos índios, a educação dos filhos
dos colonos, a formação dos novos sacerdotes e da elite intelectual, além do
controle da fé e da moral dos habitantes da nova terra” (ARANHA, 2006, p.140).
No Brasil, a comunidade Tribal baseava-se em domínio. Uma
sociedade em que o chefe dirigia a tribo, mas que também outras pessoas dentro
da comunidade ocupavam funções de poder. A vinda dos Portugueses para a terra
que, brevemente se chamaria Brasil, gerou várias mudanças. A comunidade que
antes trabalhava em função das necessidades básicas de um ser humano, como
alimentação, moradia, proteção, lazer, entre outros, teve que mudar a sua
rotina e pensamentos sobre o que, agora seria sua necessidade básica. Relatando
essas informações, Aranha (2006, p.36) explica que,
Com o tempo, enquanto nas tribos a
organização social era homogênea, indivisa, foram criadas hierarquias devido a
privilégios de classes, e no trabalho apareceram formas de servidão e
escravismo, as terras de uso comum passaram a ser administradas pelo Estado,
instituição criada para legitimar o novo regime de propriedade; a mulher, que
na tribo desempenhava destacado papel social, ficou restrita ao lar, submetida
a rigoroso controle da fidelidade, a fim de se garantir a herança apenas para
os filhos legítimos.
Grandes foram as mudanças trazidas pelos portugueses para
o Brasil. Mas pode-se dizer que a mais importante foi a escrita. Ela surgiu
para ensino, além da necessidade de administrar os negócios conforme as
atividades ficavam mais complexas.
3.
QUEM
ERAM/SÃO AS PESSOAS DE PODER
Pode-se dizer que, cada região do mundo recebe uma
influencia da escrita como forma de poder. As pessoas com conhecimento da
escrita são aquelas que, possuem o status e função domínio. “Escribas no Egito,
mandarins na China, magos na Mesopotâmia e brâmanes na Índia, exerciam suas
funções monopolizando a escrita em meio à população analfabeta. O saber representa
uma forma de poder.” (ARANHA, 2006, p. 44).
A ESCRITA
E A ARTE EGIPCIA, explica quem eram
as pessoas que, no antigo Egito, tinham poder por causa da escrita,
Os escribas eram homens de uma classe privilegiada
dentro da sociedade egípcia. Para exercer essa função precisavam ter uma
educação especializada e quando se formavam assumiam cargos públicos no
governo, sendo responsáveis por todas as atividades burocráticas. Eles eram
responsáveis por contabilizar os tributos pagos ao governo, redigiam leis,
documentos de cunho religioso, histórico e pessoal do faraó entre outras
atividades.
Os
hieróglifos, que já mencionado anteriormente, são um conjunto de símbolos que
representavam a escrita egípcia, também representava a hierarquia do poder. Os
desenhos eram feitos nas paredes de túmulos dos faraós, nos palácios onde
moravam e em templos religiosos. A ESCRITA E A ARTE EGIPCIA, menciona sobre essa hierarquia do poder através dos hieróglifos,
“Nesse caso, da importância social, os personagens eram retratados segundo a
hierarquia social por tamanho, os maiores ocupavam melhor posição social que os
menores.”
Na
Mesopotâmia, assemelhava-se ao Egito, onde a formação dava apenas aos escribas
que tinham função de ler e copiar os textos religiosos.
4.
AS
PESSOAS ANSEIAM POR UMA BOA ESCRITA
A sociedade, não apenas brasileira, mas também
mundial, possui hoje, uma carência de boas escritas. No meio virtual, jornais e
televisões, é comum encontrar pesquisas e reportagens sobre o que o meio
empresarial valoriza. Uma boa escrita! Não falando somente do meio empresarial,
mas toda a sociedade.
Pensando na
escrita como comunicação com o meio social, Bordenave (1982, p.93) remete-se a
uma reflexão,
Se a comunicação pode definir-se como “a interação
social através de mensagens”, por que não aprender a formular e trocar
mensagens que elevem a qualidade da interação social? Se os meios de
comunicação são verdadeiras “extensões do homem”, por que não aprender a usá-los
desde a infância em um sentido construtivo de auto-expressão e de construção de
uma nova sociedade mais justa e solidária?
A escola
por sua vez, tem sua responsabilidade no futuro das pessoas. Mas, infelizmente
na maioria das vezes, não desenvolvem bem sua função de ensinar e estimular os alunos.
Saber ler e escrever ainda são uma
tarefa angustiante e dura para muitos. Dentro de uma sociedade elitista esta
situação se torna precária.
“Grande
número de regras e orientações gramaticais decorre das exigências da língua
escrita para a comunicação ser plenamente eficiente na ausência forçada de
muitos recursos, que complementam e até consubstanciam a linguagem oral”
(JUNIOR, 2008, p.15)
É importante refletir que desenvolver uma
competência para a leitura implica contribuir no sentido da formação de um
cidadão mais íntegro.
5 GENTE QUE INFLUENCIOU GENTE ATRAVÉS DA ESCRITA
A escrita
é capaz de levar pessoas a alcançar lugares e/ou posses/status que talvez nem
imaginariam alcançar. As pessoas que
possuem uma escrita com propriedade, podem chegar a lugares na sociedade que
sem ela nunca chegariam. É o caso de alguns escritores, pensadores e
revolucionistas que influenciaram e continuam influenciando pessoas. Agora quem eram/são as pessoas que contribuíram para essa
evolução e o poder que isso acarretou a elas? Buscando refletir sobre esse assunto,
é que será citado uma dessas pessoas.
Martinho
Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Saxônia, e
faleceu em 18 de fevereiro de 1546, na sua cidade natal. Filho de Hans Luther
com Margaret Ziegler. Lutero iniciou sua vida universitária em Erfurt
para estudar jurisprudência, mas descobriu que deveria fazer o curso de
Filosofia. Após terminar, iniciou Direito. Em 1.505, um raio caiu bem próximo
de Martinho, e o medo o levou a fazer uma promessa de virar monge caso não
morresse. Como nada ocorreu a Martinho, ele ingressou no convento dos eremitas
agostinianos de Erfurt. Lutero foi uma das pessoas que mais influenciou o
mundo, como explica Barbosa (2007. p, 165),
As concepções de
Lutero sobre a Educação, principalmente sobre a educação cristã, acabaram perpassando
todos os seus tratados e escritos na medida em que neles expõe e ataca os
problemas da Igreja e também da sociedade, aconselhando-as como deveriam ser.
No ano de
1.517, Martinho Lutero pregou, em frente a igreja do palácio de Wittemberg, 95
teses sobre penas. Suas teses foram publicadas e chegaram à opinião pública.
Assim, a reforma protestante começou. Lutero foi demitido de seu cargo de
vigário de distrito pelas suas teses. “Com a publicação de suas teses na porta
da igreja do castelo de Wittenberg, Lutero não pretendeu desencadear uma
divisão da Igreja ou mesmo um rompimento, mas simplesmente discutir
teologicamente o assunto.” (VIEIRA, 2002, p. 61). Em maio de 1.518, Lutero
enviou uma carta ao Papa defendendo-se e dizendo que não tinha a intenção, com
a publicação de suas teses, de ofendê-lo ou de se separar da religião católica.
Disse também que tinha proposto melhorias pela maneira como interpretou a
bíblia. “O impacto de sua mensagem ultrapassou os limites do espaço e do tempo,
o que lhe garante figurar entre os grandes nomes da humanidade” (VIEIRA, 2002,
p. 78).
Sobre
o influenciar e mudar, Freire (2011, p.75), menciona, “No mundo da história, da
cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar. (...) Ninguém
pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.”
As
pessoas precisam compreender que não basta apenas, estar em um ambiente e ser
influenciado por ele. É preciso ter conhecimento do poder que uma pessoa possui
para influenciar outras, mas para isso é necessário sabedoria. Assim como
Lutero que, teve conhecimento do poder de escrita, e contribuiu para uma grande
revolução, mais pessoas precisam reconhecer esse poder que a escrita possui e
colocar em prática toda a sabedoria já adquirida.
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
artigo teve como objetivo relatar a importância da escrita e sua influência na
sociedade. Conhecendo mais sobre a história da escrita, pode-se compreender que
ela surge, por um lado, como necessidade do desenvolvimento da economia e da
sociedade.
Refletir
sobre o papel social da escrita está diretamente ligado ao conhecimento que
temos de mundo, ou seja, o conhecimento que cada ser possui sobre um
determinado assunto. Este conhecimento depende de uma série de fatores, o mais
importante deles é a inserção na vida escolar, este é o que faz com que o
conhecimento de mundo que o indivíduo possui se concretize na escrita.
Pode-se
concluir, portanto que a escrita exerce um papel indispensável na sociedade,
não só para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, mas também para o
crescimento e desenvolvimento da sociedade como um todo. Todo cidadão precisa
exercer a sua função social.
REFERÊNCIAS
A escrita
e a Arte Egípcia. (s.d) Disponível em < http://egito-antigo.info/a-escrita-e-a-arte-egipcia.html>
Acesso em 19 out. 2015
ACADEMIA BRASILEIRA DE
LETRAS. Machado de Assis. (s.d)
Disponível em <http://www.machadodeassis.org.br/>
Acesso em 27 out.2015
ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda. História da
Educação e da pedagogia: geral e do Brasil. 3 ed. rev e ampl. São Paulo:
Moderna, 2006.
BARBOSA,
Luciane Muniz Ribeiro. As concepções educacionais de Martinho Lutero. Educação e Pesquisa. São Paulo, v.33, n.1, jan./abr. 2007, p. 163-183,
BORDENAVE, Juan E.Diaz. O que é comunicação. São
Paulo: Brasiliense, 2004.
DALMÔNICO, Vilde Luzia; FERREIRA,
Reginaldo José; PEZZI, Marcelo Rodrigo. Guia
para apresentação de trabalhos acadêmicos.Joinville, 2013
FREIRE, Paulo. Pedagogia
da autonomia: saberes necessários para uma prática educativa. Paz e Terra.
São Paulo: 2011.
GANDIN, Danilo. Escola e Transformação Social. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1988.
JUNIOR, Joaquim Mattoso Camara. Manual de expressão oral e escrita. 25
ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
VIEIRA, Paulo
Henrique. A filosofia política de
Martinho Lutero. (s.d) . Disponível em <http://empreende.org.br/pdf/Estado/A%20filosofia%20pol%C3%ADtica%20de%20Martinho%20Lutero.pdf> . Acesso em 19 out. 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário