FREITAS, Ana Lúcia Souza de. Pedagogia da conscientização: um legado de Paulo Freire à formação
de professores. 3. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
Edna
Pereira Barbosa e Murilo Inacio Dos Santos[1]
Conscientização
e gestão democrática: Uma
perspectiva de globalidade
A reinvenção do contexto escolar pedagógico, sob o prisma
da gestão democratizante, é parte de um consenso de grande magnitude referente
à necessidade e da possibilidade de uma metamorfose social, a qual desconsidera
os limites da instituição escolar, não a excluindo de responsabilidades. Entre
elas, a de alicerçar uma nova identidade ao trabalho pedagógico, práticas
exequíveis, capazes de abarcar um senso comum transformador à construção
através de uma consciência democrática.
Tais práticas não se faz compulsoriamente. A identidade
da escola funda-se na correlação de forças da identidade de seus docentes.
A qualidade da gestão democrática do contexto escolar
pedagógico está diretamente atrelada à identidade dos lentes progressistas os
quais batalham pelo seu estabelecimento. Nessa tendência, a formação permanente
do âmbito escolar assume enorme relevância no que alude à viabilização dessa
possibilidade. É o que justificar enaltecer a compreensão em torno de suas proximidades
com o processo de conscientização e a reinvenção do núcleo escolar.
A proposta para uma determinada aproximação sugere, principalmente,
assumir um posicionamento referente às categorias que as sustentam. Com ênfase
aos conceitos de totalidade e complexidade tornam-se relevantes por serem
classes que confirmam a qualidade da aproximação através da apoteose.
Respectivamente, totalidade e complexidade tem de ver com o modo de pensar
sobre a perspectiva global de ciência modernizada e pós-modernizada, as quais,
diante de determinado ponto de vista, podem ser tachadas de antagônicas.
Entretanto, partindo-se de outro pressuposto, vale reiterar que o entendimento
de totalidade não alude à compreensão total e absoluta da realidade, das
coisas, dos acontecimentos; trata-se de entender a realidade sob um outro
prisma, como defende Kosik (1976).
Universalidade, quer dizer:
realidade integralmente estruturada e dialética, na qual ou da qual uma
ocorrência aleatória (classes de eventos, conjuntos de eventos) pode ser
compreendido razoavelmente, isso, não significa que seja um método ingênuo,
pelo qual se queira conhecer todas as facetas da realidades sem exceções e,
ofertar um panorama da realidade, na infinidade de seus aspectos e propriedades
(p.35-36).
A ideia de totalidade aparece no
cerne do paradigma da ciência moderna, em que a noção de modelo está
relacionada `definição de Thomas Kuhn, em que, de acordo com ele, paradigma,
diz respeito a modelo, padrões compartilhados que asseguram a explicação de
determinados aspectos da realidade. É mais que uma teoria. Implica uma
estrutura que nutre novas teorias.
É algo incipiente às teorias
(Morais, 1997, p. 31). De outra maneira, a ideia de complexidade que se
fortalece no âmago do paradigma pós-modernista está atrelado à perspectiva
paradigmática proposta por Edgai- Morin, que tem por entendimento um enfoque
relacional em que conceitos e teorias soberanas convivem com teorias oponentes
(Morais, 1997, p.31), de modo a compreender a impregnação física como uma malha
complexa de interações e conexões de várias naturezas.
[1]
Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Pedagogia
do Instituto de Ensino Superior Santo Antônio – INESA – Joinville – SC.
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